Editorial
Nesta edição de março de 2022 escrevo estas linhas do editorial pensando nesta catástrofe humanitária que a todos inquieta profundamente.
A invasão da Ucrânia por parte da Rússia levanta questões muito preocupantes, que nos levam a questionar sobre o que cada um de nós pode fazer para que o século XXI não seja um tempo de guerra, mas de paz.
Ao longe sentimo-nos impotentes face a algo que todos os dias nos entra nas nossas casas, mais parecendo um filme de terror e surreal, mas efetivamente real de mais.
E num gesto de solidariedade para com o povo ucraniano as manifestações multiplicam-se em diversos contextos numa ânsia de prestar homenagem a um povo que luta pela sua liberdade. E neste contexto a nossa edição deste mês revela essas intervenções de grande simplicidade, mas de grande significado a nível da música e da gastronomia.
E ainda pela participação ativa a nível individual ou coletiva através de associações do nosso concelho na angariação de artigos de saúde, medicamentos e bens alimentares com destino à Ucrânia e aos países vizinhos, como por exemplo a Polónia.
E faz precisamente dois anos que regressamos da Polónia a um de março, um grupo de professores e alunos onde rumamos para: aprofundar a temática do Holocausto e homenagear as suas vítimas; explicar a afirmação do poderio militar dos EUA e da URSS, no final da Segunda Guerra Mundial; discutir as repercussões da Guerra Fria à escala mundial; compreender o papel da ONU face aos frágeis equilíbrios emergentes no pós-guerra; debater as implicações da fragmentação política do bloco socialista.
Deambulamos nos campos de concentração e nos guetos dos judeus com nostalgia e tristeza, refletindo no sentido de que estes massacres tão violentos não se tornariam a repetir na nossa era… Como estávamos longe de imaginar que passados dois anos embora em contextos diferentes, a história repetia-se… olhamos para as cenas que nos chegam da Polonia e não é possível contermos as lágrimas, pois estivemos naqueles lugares e também fomos muito bem recebidos por aquele povo maravilhoso, que está a dar uma lição ao mundo de solidariedade.
E agora o apelo ainda é mais forte, urge a necessidade de transmitir aos mais jovens os valores de tolerância, solidariedade e respeito pelos outros, proporcionando momentos de reflexão sobre a vida, os princípios democráticos e a sua importância na atualidade.
E para Povo Ucraniano, com a maior consideração e estima, pela sua coragem e tenacidade, desejo-lhe um caminho limpo de armadilhas que possibilite a paz…