Editorial
Sem dúvida uma das melhores formas de conhecer o concelho de Alvaiázere e as suas gentes é calcorrear as festas e romarias que se concentram, principalmente, durante o mês de agosto, mais de cariz religioso. No entanto estas revelam também o cariz popular genuíno do nosso povo, como as suas tradições, a gastronomia, o artesanato, a música, as danças, jogos tradicionais e diversas modalidades desportivas.
As festas são também palco de convívio salutar entre os que vivem na terra e os que, por diversas circunstâncias, tiveram de a abandonar e partir para outras paragens tanto em Portugal como no estrangeiro. Partilham-se saberes e trocam-se memórias de outros tempos, revivendo o passado e matando saudades da família e amigos que, na maior parte das vezes, acontece uma vez no ano.
E neste cruzamento de gentes da cidade e do campo proporcionado pelos festejos as experiências de vida também se cruzam e enriquecem todos os envolvidos.
O tempo ameno e quente também ajuda a esta confraternização, que pode ocorrer em qualquer espaço exterior mais convidativo e salutar, e que o ambiente de festa reforça a amizade, a alegria e a boa disposição.
O nosso jornal acompanhou estes arraiais nas diversas paroquias do concelho, cada uma com o seu Santo Padroeiro, mas com o mesmo fio de ligação na fé e devoção e nas súplicas à sua proteção.
As opiniões sobre as diversas festas são um dos motivos de conversa entre todos, e os mais antigos vão recordando com saudades algumas atividades típicas que desapareceram enquanto que para os mais novos os interesses e as vivências são outros, comprovando-se o lema de que “mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”.
Dessas tradições antigas relembram-se as alvoradas com salva de foguetes e morteiros e os fogos de artifício, com características especificas de cada festa, que hoje são impossíveis de concretizar já que o contexto recente é de proibição por prevenção máxima e minimização dos potenciais fatores de risco de incêndio. E embora haja saudade desse divertimento, depressa esmorece o desejo, pela lembrança terrível dos recentes incêndios.
E no âmbito das festas, uma palavra de apreço para a Junta de Freguesia da Pelmá pela realização do evento solidário, com o objetivo de angariar verbas que permitam colmatar os grandes prejuízos causados pelo fogo na sua freguesia.