PROPRIEDADE: CASA DO CONCELHO DE ALVAIÁZERE

DIRECTOR: MARIA TEODORA FREIRE GONÇALVES CARDO

DIRECTOR-ADJUNTO: CARLOS FREIRE RIBEIRO

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Garantir humanidade

Editorial

Nos dias de hoje é cada vez mais necessário que o mundo não se esqueça do Holocausto, já que existe uma corrente para o abafar e até mesmo negar a sua existência, com a agravante de tantas atrocidades se estarem a cometer no mesmo âmbito.

É importante avivarmos a nossa memória e relembrarmos o dia 27 de janeiro, que marca o aniversário da liberação do campo de concentração e extermínio nazista alemão de Auschwitz-Birkenau em 1945, tendo sido essa data proclamada como o “Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto” pela Assembleia Geral das Nações Unidas.

É imperioso que se desenvolvam programas educacionais em todo o mundo com o objetivo de ensinar aos mais novos o Holocausto, para ajudar a prevenir e a combater ações futuras de genocídio, como o que aconteceu durante a segunda guerra mundial, em que foram assassinados, em massa, cerca de seis milhões de judeus, e também um número muito elevado de ciganos e eslavos mortos em condições sub-humanas. Não podemos permitir que as suas histórias sejam esquecidas e possam repetir-se de alguma forma, como dizia Anne Frank, “O que foi feito não pode ser desfeito, mas podemos prevenir que aconteça novamente”, é necessário continuar com uma ação coletiva contra o antissemitismo e outras formas de preconceito para garantir o respeito pela dignidade e pelos direitos humanos.

Mas o que mais impressiona e preocupa é efetivamente não se conseguir tirar lições do passado nem aprendermos com as falhas políticas e morais das instituições e indivíduos, continuando-se a assistir a conflitos intermináveis, que espalham violência, dor e sofrimento.

No entanto surgem vários dilemas de difícil resolução: será possível encontrar estratégias para resolver as duras realidades com que somos confrontados; como e quem poderá aumentar o espaço de uma ação global humanitária e de dignidade humana no nosso planeta, que possa garantir que não aconteça mais uma catástrofe da dimensão do Holocausto.

Seja no Irão, Paquistão, Israel, Síria, Iraque, Burkina Faso, Sudão, Somália, Nigéria, Mianmar, Iêmen ou Palestina, o mundo continua a ser palco da subida de escalada de tensão de conflitos armados ou da guerra, que desde sete de outubro, entre Israel e o Hamas na faixa de Gaza, junta milhares de mortes ou a invasão da Rússia contra a Ucrânia que faz dois anos no próximo mês de fevereiro. Estamos perante um constante desafio de proteger as pessoas do embate da violência e das transgressões aos princípios, evitando o pior e garantindo um mínimo de humanidade.