O governo português, devido ao aumento exponencial das rendas, anunciou uma série de medidas para o setor da habitação. Ou melhor, resolveu, contrariamente ao que seria desejável, criar uma série de incentivos à permanência de pessoas nos grandes centros urbanos, não apresentando nenhuma proposta concreta, como já é habitual, para o vasto interior que carece de medidas estruturais que mitiguem gritantes desigualdades.
Ao interior faltam pessoas “como pão para a boca” e só um governo centralizador e comodamente instalado em políticas com décadas pode esquecê-lo e marginaliza-lo.
Os muitos milhões gastos para aumentar a oferta de casas poderiam ser empregues para diminuir a sua procura, incentivando o retorno (há muita gente que ponderaria e gostaria de voltar às origens) e fixação de jovens no interior.
Como diz o povo “com uma paulada matava dois coelhos”.
Existem várias medidas que podem ser adotadas para fixar pessoas nas zonas rurais. Algumas das possibilidades podem ser:
Investimentos na infraestrutura: Construção e manutenção de estradas, redes de transporte público, escolas, etc.
Incentivos fiscais e financeiros: Isenção de impostos, subsídios para a construção ou compra de casas, financiamento a taxas de juros reduzidas e empréstimos para pequenos negócios.
Apoio à agricultura e produção local: Ajudar e criar empregos e incentivar a economia local através de mercados locais, feiras francas, educação agrícola e disponibilização de terrenos para a agricultura.
Promoção do turismo rural: O turismo rural é uma tendência que veio para ficar e pode atrair visitantes para as áreas rurais, o que pode ajudar a impulsionar a economia local. Isso pode incluir a promoção de atividades ao ar livre, como trilhas para caminhadas e ciclismo, bem como a criação infraestrutura turística/ alojamento rural.
Melhoria da qualidade de vida: A melhoria da qualidade de vida em áreas rurais, como a disponibilidade de serviços públicos, incluindo serviços de saúde e de educação, pode ajudar a atrair novos moradores. A promoção de eventos desportivos, culturais e recreativos pode também ajudar a atrair novos residentes.
Estas são algumas medidas que podem ser adotadas para “chamar” e fixar pessoas em áreas rurais, aliviando a pressão sobre a procura de casas nas grandes cidades e, consequentemente, fazer baixar as rendas para níveis compatíveis ao rendimento familiar.
Havendo tantos interesses instalados e ligados, particularmente, à especulação imobiliária nos centros urbanos reconheço que deverão ser difíceis de implementar.