Editorial
Como é forte a palavra liberdade e o poder das palavras pronunciadas em liberdade, possibilitando desenvolver a escrita criativa, a retórica e a interpretação livre e esclarecedora de uma temática. E só em liberdade podemos desenvolver e valorizar a pedagogia e a didática nas nossas escolas, falar de competências e partilhar experiências adquiridas.
Também só com liberdade de expressão podemos refletir sobre as novas ferramentas digitas e os novos desafios que estas implicam, como a ciência de dados e a inteligência artificial. Esta galopante transformação digital exige cada vez mais que estejamos atentos e despertos para o aumento diário de dados e mais dados a resgatarem a nossa atenção e também para a desinformação que a digitalização com as novas modalidades de difusão da informação fez crescer.
Muitas vezes, questiono o nosso papel de jornal mensal, que precisa de muita força e coragem para enfrentar estes novos desafios. Precisamos de uma busca constante de conteúdos, que perdurem no tempo, de forma a podemos contribuir para um jornalismo que se pretende de qualidade, mas que exige sustentabilidade. Temos que ter um comportamento de compromisso na partilha de ideias e de uma reflexão séria sobre os desafios que esta nova era digital coloca atualmente ao jornalismo, para a construção de um mundo melhor, mais justo, equilibrado e assente nos valores da igualdade e liberdade.
A liberdade conquistada no 25 de abril abriu muitas portas para os portugueses, no entanto muitas vezes não está a ser utilizada da melhor forma, pois o acesso de forma livre à informação, nem sempre é sinónimo de conseguir fundamentar opiniões e compreender a multiplicidade e complexidade das vivências humanas.
É cada vez mais importante escutar os mais velhos para compreender outros tempos e diferentes pontos de vista, em liberdade, desenvolvendo uma consciência critica, mas de forma empática. E nestas questões do significado da revolução do 25 de abril, é extremamente difícil fazer sentir as dificuldades ditatoriais vivenciadas no Estado Novo para quem não as viveu. Assim, urge passar essas memórias para que não se esqueça a História passada, pois é esse desconhecimento e esquecimento, que leva à repetição de ocorrências coletivas, que jamais pensaríamos poder vir a acontecer, assim como o ressurgir de ideologias fundamentalistas, colocando em causa a dignidade e a liberdade que todo o ser humano tem direito.
E como se aproxima a comemoração do dia das mães desejo a todas um feliz dia, repleto de reconhecimento, por nos ensinarem a voar em amor pleno, inigualável e pelas vivências transmitidas em liberdade.