Passado que foi a comemoração do 49º aniversário do 25 de Abril de 1974, importa cada um de nós, fazer um balanço dos anos de liberdade em Portugal.
E digo somente liberdade porque a verdadeira democracia deve-se essencialmente a outro 25. Mas já lá vamos.
Este ano quiseram as Presidências democráticas de Portugal, convidar o Presidente do Brasil Lula da Silva para estar presente nas comemorações oficiais do 25 de Abril. Quanto a mim, nada de mal e de mais vi nesse convite, e não percebi muito bem toda a celeuma que se criou à volta do mesmo.
O que marcou este ano o 25 de Abril foi sem dúvida nenhuma o comportamento deplorável, mal educado e inconveniente do “Chega”.
Tenho a certeza que muitos dos Portugueses que votaram ou apoiam o Chega se sentiram envergonhados e não aprovam as atitudes dos seus deputados na Assembleia da República, naquela que é a casa Mãe da Democracia.
Os deputados do Chega confundiram liberdade com libertinagem, direito à contestação com má educação, postura com mau comportamento.
Foram inconvenientes e não souberam receber, tradição que tão bem fazemos aos que nos visitam.
Também não simpatizo muito com Lula da Silva, mas isso não me dá o direito de insultar e contestar de forma rude, um Presidente que foi eleito democraticamente pelo seu povo.
O Chega mostrou ao País e ao mundo ao que vem. Penso que vão sair muito penalizados deste episódio e bem o merecem.
Por paradoxo que pareça, este episódio vai penalizar também António Costa que tem feito tudo o que é possível para fazer crescer o Chega, levando-o ao ponto de tratar o seu líder como líder da oposição, pois sabe bem que quantos mais votos tiver o Chega maior será a divisão da direita em Portugal, saindo assim beneficiado o seu espectro político. Depois de tanto proteccionismo estalou o verniz que levou Augusto Santos Silva a excluir os deputados do Chega nas visitas oficiais.
Mas se o 25 de Abril deu a liberdade a Portugal, foi o 25 de Novembro de 75 que devolveu verdadeiramente a democracia ao nosso País. Embora seja já um “filho de Abril”, conheço bem a história para poder afirmar que foi o movimento dos moderados juntando militares e forças políticas como o PS de Mário Soares e o PSD de Sá Carneiro e que acabaram por ter o aval do Presidente da República Costa Gomes, que possibilitou que hoje, embora com todos os defeitos e problemas atuais na nossa democracia, vivermos em liberdade de pensamento e valores sociais, impedindo-nos de ser uma Venezuela ou Cuba da Europa. Foram eles e outras forças sociais, que eliminaram a extrema-esquerda e comunistas, dividida entre “gonçalvistas”, próximos do ex-primeiro-ministro Vasco Gonçalves e do PCP, e “otelistas”, apoiantes do estratego do 25 de Abril e chefe do COPCON.
Devemos agradecer a todos eles pois se as comemorações do 25 de Abril devem ser dignificadas, também as deveriam ser as do 25 de Novembro pois sem esta data nada do que hoje temos seria uma realidade e viveríamos de uma forma bem mais pobre.
Por cá quero destacar dois aspectos.
Primeiro a presidência aberta do Presidente da Câmara João Guerreiro que desta forma consegue estar mais próximo dos problemas reais da população, ouvindo-os e dialogando com eles os aspectos da sua governação. É ouvindo os cidadãos que se conhecem e resolvem os seus problemas e anseios. Começou por Almoster e em seguida na Pelmá e fez muito bem, pois foram Freguesias que infelizmente muito sofreram no ano transacto e os seus fregueses merecerem essa consideração.
Em segundo, o gabinete de desporto da Câmara Municipal. Alvaiázere é um tesouro para a prática desportiva, seja ela de natureza ou de pavilhão ou estádio. As recentes provas de trail, BTT, caminhadas, a organização do festival da juventude ou o torneio internacional de futebol juvenil, são provas reais e concretas que se tem trabalhado muito e bem, proporcionado a vinda a Alvaiázere a milhares de pessoas que ajudam a economia local e levam o nosso bom nome por Portugal fora.
Recebam um abraço