Ultimamente muito se tem falado do futuro aeroporto de Lisboa. Ficámos a saber que lá para finais do próximo ano se saberá a sua localização. Sendo verdade que desde 1969 se procura a dita localização e que já se gastaram mais de 70 milhões de euros (que davam para construir dois aeroportos iguais ao de Beja) em projetos e outros estudos é de espantar, não é?
Mais um caso paradigmático de atraso ou indecisão na realização é o Alqueva que, felizmente, já chegou quase, quase, a bom porto. Em 1957 foi elaborado o Plano de Rega do Alentejo que assumia a necessidade de construção da barragem, mas só em 1975 foi aprovado o projeto e começaram as obras exploratórias. A barragem ficou concluída em 2002 mas nem todas as infraestruturas do regadio estão em execução.
Há muitos anos que se estuda a linha para comboios de alta velocidade mas creio que dificilmente nos entenderemos sobre o seu traçado: litoral ou interior, com ou sem ligação à Europa. Neste último caso, provavelmente, ainda teremos de efetuar “aprofundadíssimos estudos” sobre a problemática das bitolas diferentes. Talvez seja oportuno pedir ajuda aos nossos vizinhos espanhóis que nos obrigaram a ter a bitola igual à deles. A verdade é que temos uma rede ferroviária do século XIX e, se não agirmos, passaremos a ser uma ilha ferroviária dependente dos transportes rodoviários. Depois queixamo-nos dos produtos caros e na dificuldade em sermos competitivos.
Não exploramos petróleo, nem gás, nem diversos minerais como o lítio porque somos um povo do contra.
Temos água com fartura, podemos armazená-la mas, mesmo sabendo que será cada vez mais importante ter reservas de água, assobiamos e rezamos ao S. Pedro para nos mandar chuva.
A nível individual, se quisermos fazer uma viagem raramente comboios, aviões ou outro meio de transporte partem ou chegam a horas. Se marcarmos uma consulta no médico (no privado muito bem paga) esperamos e desesperamos, por vezes, horas. Temos uma reunião a determinada hora? Nunca se sabe quando começa e, principalmente, nunca se sabe quando termina. Um almoço marcado começa quando já devíamos ir na sobremesa.
Em Alvaiázere, temos uma estrada para o litoral que já deveria ir, pelo menos, na Boca da Mata e eu já deveria ter entregue o artigo há dois ou três dias.