Vivemos por estes dias um misto de sentimentos entra a alegria/sucesso e a ansiedade.
Alegria/sucesso pelos números atuais da COVID-19 quer a nível local quer a nível Nacional e de ansiedade pois não sabemos se a realidade de hoje, será a realidade de amanhã.
Quero com isto dizer que se hoje temos por exemplo 2 casos de COVID 19 positivos e não temos qualquer tipo de restrição social, se amanhã tivermos 7 ou 8 casos positivos, poderemos recuar e ficar completamente confinados, com muitas limitações laborais e sociais.
E isto porquê? Porque a formula encontrada pelos especialistas (que eu não ponho aqui em causa o seu valor cientifico) diz que uma das linhas vermelhas definidas é uma incidência de 120 casos por 100 mil habitantes a 14 dias.
Ou seja, a rigidez dos números em territórios de baixa densidade populacional é igual em grandes cidades em que a densidade populacional é muito maior.
E é aqui que eu acho que está o grande erro. Mais uma vez não existe uma diferenciação entre territórios. Fazem-se Leis de índole geográfica e populacional de abrangência Nacional o que a meu ver é errado.
Um caso positivo como tivemos por exemplo nos Barreiros na Freguesia da Pelmá, não pode ser interpretado numa escala de perigo de contágio como se fosse em Coimbra ou Lisboa onde as pessoas são tantas e os contágios são favoráveis.
Essa pessoa nos Barreiros vive isolada, passa dias sem ver ninguém e neste sentido como pode ter o mesmo nível de risco de contágio como uma pessoa que vive em Lisboa que ao sair de casa vê milhares de pessoas?
Na minha opinião dever-se-ia incluir na fórmula uma variável que considerasse a densidade populacional ou seja o número de habitantes por Km2 em cada concelho.
Assim por exemplo não confinaríamos com tanta facilidade numa situação de um surto familiar por exemplo.
E por isso é que os concelhos de baixa densidade são prejudicados em relação aos demais.
Por isso não poderemos baixar as armas atualmente, pois de um dia para o outro tudo vai por água abaixo.
Queria aqui registar o sucesso do planeamento das vacinas no Nosso Concelho.
Começámos mais cedo que os outros Concelhos vizinhos, criámos infraestruturas mais cedo que os outros e por isso recebemos vacinas mais cedo.
Planeou-se mais cedo e acima de tudo planeou-se bem.
E o resultado de tudo isto? Estamos de momento com o dobro da média de pessoas vacinadas a nível Nacional, o que é excelente.
E estes números têm muitos rostos. E quero aqui destacar os profissionais do centro de saúde de Alvaiázere, os elementos da Câmara Municipal que foram destacados para trabalhar no centro de saúde, de outros serviços municipais e acima de tudo à Delegada de Saúde, Drª Gracinda Junqueira.
Quando tudo parecia estar a correr mal veio de Pombal e cedo tomou as rédeas da saúde pública do Concelho.
Reuniu, falou, conheceu e começou a decidir. Passou a pior fase da pandemia e com ela conseguimos passar essa tormenta.
Gosta de Alvaiázere e dos Alvaiazerenses e acima de tudo, gosta de aqui estar. Nos é que agradecemos Drª Gracinda.
Um abraço a todos.