PROPRIEDADE: CASA DO CONCELHO DE ALVAIÁZERE

DIRECTOR: MARIA TEODORA FREIRE GONÇALVES CARDO

DIRECTOR-ADJUNTO: CARLOS FREIRE RIBEIRO

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Saúde: Caos, corporativismo ou má gestão?

Durante o mês de agosto, foi muito falado e sentido, o caos nas urgências nomeadamente a Sul de Coimbra e especificamente nas áreas de ginecologia e obstetrícia.

E aqui é necessário salientar o porquê a Sul de Coimbra. Porque a Norte de Coimbra, foi criado um sistema entre todos os intervenientes da área da saúde dentro do SNS que permite que os serviços de urgência não entrem em rotura. E a pergunta que se impõe? Porque é que esse sistema não é implementado em todo o País?

Será por corporativismo? Será por má gestão hospitalar? Penso que as duas.

Vejamos. Os médicos são formados pelo estado. São onde o estado gasta mais dinheiro por aluno para a conclusão dos seus cursos. Mas, mal acabam os cursos, os recém médicos podem imediatamente ir para o privado, privando o sector público (SNS) das suas valências.

Neste sentido os médicos deviam estar ao dispor do SNS pelo menos durante cinco anos após concluírem os seus cursos, tal como defende o insuspeito socialista e conhecido médico Professor Eduardo Barroso (que defende somente por dois anos) ou seja, os médicos devem estar ao serviço do estado de modo a garantir o serviço público do SNS. E assim já foi da década de oitenta com o serviço médico à periferia onde muitas terras do interior tinham médico, porque o Estado lá os colocava por necessidade imperativa de modo a garantir o acesso à saúde de todos os Portugueses, mas o corporativismo da ordem dos médicos, não defende os Portugueses mas sim a sua classe. Não concordo. Qualquer ordem independentemente da sua natureza, deve ter como principal principio o bem estar dos Portugueses por muito que entre em colisão com os seus desígnios. Aqui está o corporativismo a ter a sua cota parte.

Quanto à má gestão, não posso deixar de dar razão à Ministra da Saúde quando refere que muitos dos hospitais são mal geridos. E porquê? Porque um hospital bem gerido nunca deixaria os seus profissionais marcar férias ao mesmo tempo e fechar serviços de urgência.

Normalmente, os funcionários públicos têm de apresentar os seus períodos de férias até ao final de Abril. Às direções e gestores hospitalares pede-se que criem normas internas de prioridades para não haja rotura nos serviços. É assim em todo o lado e em todos os serviços públicos, porque não pode ser assim com os médicos? Imagine o que era os funcionários por exemplo das finanças ou da segurança social ou mesmo das Câmaras Municipais tirarem férias ao mesmo tempo? Encerravam-se os serviços? Inimaginável! Aqui entra a má gestão.

Espero sinceramente que o presente caos termine este ano e que para o ano, através de medidas compensatórias a todos os profissionais da área da saúde tenhamos um SNS em pleno e ao serviço de todos os Portugueses.