Embora não seja da minha família política, tenho de admitir que António Costa é de longe, o melhor político Português.
Não tem nem de perto, nem de longe, interna ou externamente, ninguém que “chegue aos seus calcanhares”.
Com a maioria nas eleições de Janeiro, consegue arrumar a um canto aqueles que o levaram ao estrelato em 2015, mas que ao longo deste tempo se foram tornando insuportáveis, nomeadamente aquela cambada de “pseudo” intelectuais de esquerda do Bloco de Esquerda com as meninas Mortágua à cabeça e a “ miniatura” da Catarina Martins.
Foi de génio. Quando teve elementos, após estudos de mercado, que poderiam apontar para uma maioria, quando o PSD se encontrava em reboliço interno, Costa deixa cair o orçamento e como consequência o governo, sempre com a muleta do Presidente da República e torna-se numa vítima política para a sociedade em geral.
A partir daí foi o que se viu. Reuniu as suas tropas como nunca, muda de discurso a cada dia que passa sem ser posto em causa e, mesmo com uma campanha que considerei positiva por parte do PSD, cilindra tudo e todos.
Se já falei da derrota monumental do BE, também não posso deixar de falar da derrota quase mortal e merecida do PCP. Já não contam para nada. Já nem os sindicatos controlam. Se as eleições fossem hoje e depois de apoiarem a invasão da Rússia à Ucrânia, não teriam um deputado sequer, tal como Bloco de esquerda. E querem saber? Não faziam falta nenhuma… Para ser perfeito só faltou os fundamentalistas do PAN desaparecerem da Assembleia da República. São tão sectários e obtusos, que até mete dó.
Quanto ao CDS, teve o que mereceu, não olhou para fora e pensou somente para dentro. Deu um mau exemplo de democracia interna e foi julgado sem dó nem piedade. Será muito difícil reerguer-se depois deste vil golpe.
Quanto ao PSD, será muito difícil voltar ao poder com a divisão que hoje a direita enfrenta e com o peso do Chega. Enquanto Ventura estiver à frente deste partido e o seu discurso se fizer ouvir, o PSD não pode em momento algum criar pontes ou acordos com este partido.
O PSD terá de se reinventar. Tem que assumir de vez como um partido do centro/direita, se quer voltar a ser opção de governo em Portugal. Se não o fizer a breve prazo poderá ser ultrapassado pelo Chega de forma irreversível.
Mas voltando a António Costa. Foi o grande vencedor destas eleições.
Defendo maiorias estáveis. Agora não há desculpas, nem aqueles chatos do BE e do PCP a azucrinar.
Costa pode “reinar” a seu belo prazer, como gosta.
Espero para ver no que vai dar. Espero agora pelas reformas que os partidos que o sustentavam não deixavam fazer, nomeadamente na economia ou no direito laboral.
Escrevo este artigo no dia em que a Rússia inicia bombardeamentos na Ucrânia. Que Deus proteja todos aqueles que não fizeram nada para este triste cenário.
“A guerra é um lugar onde jovens que não se conhecem e não se odeiam se matam entre si, por decisão de velhos que se conhecem e se odeiam, mas não se matam…” ERICH HARTMAN