O terrível incêndio que deflagrou nos concelhos de Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos no passado dia 17 de junho atingiu enormes proporções, tendo alastrado ao concelho de Alvaiázere através da localidade de Cabeças, na freguesia de Maçãs de D. Maria.
Mário Bruno Gomes, comandante dos Bombeiros Voluntários de Alvaiázere (BVA), explicou ao “Alvaiazerense” que o combate às chamas foi bastante dificultado pelas “condições climatéricas adversas, nomeadamente o baixo nível de humidade, o vento forte que se fazia sentir e as elevadas temperaturas registadas, o que proporcionava a projeção do fogo em várias direções”. Para além disso, referiu ainda “a orografia do terreno, extremamente adversa” e “o elevado número de ocorrências na região, o que dificultou a mobilização dos meios”.
Na noite de domingo, as aldeias de Sigoeira, S. Neutel, Tapada, Relvas e Casal Agostinho Alves tiveram de ser evacuadas e as pessoas foram encaminhadas para a Casa do Povo de Maçãs de D. Maria.
Com o aumento do número de frentes ativas, os bombeiros foram obrigados a mudar a sua estratégia de combate no terreno, direcionando-a para “a defesa de pessoas e das habitações”, sublinhou o comandante dos BVA, considerando que foi uma estratégia que teve um enorme sucesso, pois não houve mortos nem feridos a registar e nenhuma habitação foi afetada, tendo apenas ardido “um ou dois barracões”.
No teatro de operações estiveram 102 operacionais e 30 viaturas, dos BVA e de outras corporações dos Distritos de Leiria e de Lisboa. O incêndio foi dominado já na madrugada de segunda-feira, dia 19 de junho e estima-se que tenha sido consumida uma área total de 800 hectares nos concelhos de Alvaiázere e Figueiró dos Vinhos.