Todos os alvaiazerenses têm agora médico de família atribuído. Este é um feito “histórico” num concelho que chegou a ter um terço da população sem acompanhamento clínico. A mudança foi possível graças ao reforço de médicos e à criação de uma Unidade de Saúde Familiar (USF).
A falta de médicos de família em Alvaiázere é, finalmente, um problema do passado. O concelho alcançou um “marco histórico e inédito”: todos os habitantes têm agora médico de família atribuído.
Durante anos, a população alvaiazerense passou por graves dificuldades no acesso aos cuidados de saúde primários, devido a “uma profunda carência de médicos de família”, que deixou cerca de um terço da população sem acompanhamento médico regular, colocando em risco a prevenção e o diagnóstico atempado de doenças, refere uma nota da autarquia.
“Um em cada três habitantes não dispunha de médico atribuído”, frisa a Câmara Municipal de Alvaiázere, que assumiu como prioridade garantir a todos os munícipes “uma saúde pública digna e de proximidade”.
Esta conquista, agora anunciada, foi possível graças a uma “atuação persistente junto das entidades competentes e de um planeamento estratégico focado na valorização dos serviços públicos”, adianta a mesma nota.
Assim, “está finalmente garantida a cobertura total da população com médico de família — um marco histórico e inédito para o concelho”, destaca o presidente da autarquia, João Paulo Guerreiro.
O reforço recente do corpo clínico com a entrada de uma nova médica (a segunda em menos de um ano) foi essencial para alcançar este objetivo. Ambas as contratações aconteceram já no âmbito do Regulamento de Incentivo à Fixação de Médicos, criado pelo município para atrair profissionais de saúde para Alvaiázere.
Este regulamento prevê um conjunto alargado de apoios financeiros mensais: até 500 euros para habitação no concelho (ou 400 euros fora dele), 300 euros para deslocações, cerca de 250 euros para alimentação e saúde, e até 200 euros para serviços básicos como água, eletricidade, gás ou comunicações.
A estes apoios somam-se ainda benefícios como a isenção de taxas municipais de urbanismo, a devolução do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e o acesso gratuito a equipamentos culturais e desportivos para os médicos e respetivas famílias.
“Alvaiázere passa, assim, de um cenário de grande carência para um modelo de proximidade e acesso pleno aos cuidados primários de saúde, assegurando que todos os alvaiazerenses têm agora um médico de referência”, congratula-se o autarca.
João Paulo Guerreiro garante ainda garante que a autarquia continuará “atenta às necessidades da população”, mantendo o compromisso com “uma rede de saúde pública sólida, acessível e humanizada”.
CENTRO DE SAÚDE FUNCIONA AGORA COMO UNIDADE DE SAÚDE FAMILIAR
A reorganização do modelo de funcionamento do Centro de Saúde é outra mudança significativa. A unidade passou a operar em regime de Unidade de Saúde Familiar (USF), o que, para o edil, representa “melhores condições de trabalho para os profissionais de saúde e, aos alvaiazerenses, melhor acesso aos cuidados de saúde que todos merecem”.
A mudança para o modelo USF foi destacada pelo autarca na cerimónia do Dia do Município, onde assumiu que essa era “uma luta que tínhamos desde o princípio”. Na altura, defendeu que este é “o modelo que melhor serve estes territórios nos cuidados de saúde primários, naquilo que são as necessidades da nossa população, que todos nós sabemos que sofre de problemas etários e de comorbilidades”.
Além disso, o modelo USF “é também mais apelativo para os médicos acompanharem todos estes doentes nas suas mais diversas necessidades”, pelo que acredita que “no futuro este é o modelo certo”.
A Câmara Municipal termina deixando “uma palavra de agradecimento a todos os profissionais de saúde, desde médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares, pela disponibilidade e proatividade na criação das equipas necessárias ao funcionamento deste modelo de USF”.
