Esta entrevista pretende desvendar a evolução do sucesso do filme “Para além da memória” desde a sua 1ª apresentação a 20 de julho de 2019 na Figueira da Foz até este momento, e dar a conhecer o papel do produtor do filme, o Alvaiazerense, António Manuel da Luz Neves Cardo, responsável por parte significativa do filme ter sido rodado no nosso concelho, visando potenciar Alvaiázere ao nível turístico. Parabéns pelo empenhamento de promover Alvaiázere, com esta longa metragem de ficção, já com lugar de destaque na rota cinematográfica internacional. Dada a sua agenda agradecemos a sua pronta disponibilidade.
“O Alvaiazerense” (O Alv.:) – Dada a sua formação académica, esteve sempre nos seus planos produzir um filme?
António Cardo (AC): – As coisas vão acontecendo naturalmente na minha vida. Quando me lançaram este desafio ponderei se teria o perfil, a vontade e a capacidade de poder ter sucesso nesta aventura. Tenho liderado vários projetos por todo o país em diversas áreas, nomeadamente, na área cultural, percurso esse que me permitiu adquirir bastante experiência o que me daria alguma garantia de o conseguir fazer. Quem me conhece sabe que me empenho profundamente em cada projeto em que me envolvo. Foi isso que fiz.
O Alv.: – Para ser produtor do filme teve de conhecer antecipadamente o argumento. Este manteve-se ou foi alterado?
AC.: – Após ter sido convidado a primeira atitude foi ler atentamente o argumento para percecionar se me identificava com o tema pois não me iria ligar a algo que fosse contra os meus valores e os meus ideais. O argumento sofreu algumas alterações no sentido de encaixar algumas cenas no contexto de Alvaiázere. Eu tinha em mãos uma oportunidade única de dar destaque ao concelho que me viu nascer e onde cresci não podendo desperdiçar essa mesma oportunidade. Tive sempre uma estreita colaboração da presidente da autarquia, Arq.ª Célia Marques, no sentido de encontrarmos a melhor forma de passar algumas mensagens que estivessem de acordo com a estratégia de comunicação do executivo. Foi assim, por exemplo, alterada uma cena da visita do ministro que foi filmada nos Gamanhos junto a uma mancha de carvalhos cerquinhos. Foi também alterada uma cena que estava prevista ser rodada numa igreja e que se aproveitou a nossa Capela de Nossa S.ª dos Covões para a rodar. Estavam previstas várias cenas a serem rodadas numa vila pacata de interior. Então porque não aproveitar a nossa vila para servir de cenário a essas mesmas cenas? Foi o que aconteceu. Até o gabinete da presidência da Câmara Municipal de Alvaiázere aparece no filme como sendo o gabinete do ministro da Agricultura e do Ambiente. Aproveitou-se igualmente a ocasião para filmar algumas paisagens aéreas que em muito favoreceram o produto final. Não tivesse sido a chuva estaria também prevista a gravação de uma cena da nossa filarmónica a tocar numa recepção ao ministro. Apesar de não ter sido possível não posso deixar de agradecer á direcção e ao maestro da filarmónica a total disponibilidade para colaborar nesta cena.
O Alv.: – Quais os conhecimentos necessários para se ser produtor de um filme?
AC.: – Não há que ter conhecimentos técnicos específicos. Essa é a parte do realizador e da equipa técnica que se contrata. Dever-se-á conhecer toda a dinâmica envolvida num processo desta natureza e para isso tive que me preparar com quem trabalha neste mundo para melhor entender toda essa dinâmica. Ouvir e aprender com quem sabe é o caminho. O fundamental neste processo é o rigor com que se gere toda a equipa desde técnicos, actores, e toda a equipa de produção. Estar rodeado dos melhores é o segredo de qualquer gestor ou líder assim como conseguir envolver todos os intervenientes num ideal e objectivo comum. Foi isso que tentei sempre fazer. Mais do que gerir meios é necessário gerir pessoas. Guardo com muito carinho as palavras de Lídia Franco, quando terminámos a rodagem do filme, que me disse, na Quinta da Cortiça, ter sido um dos melhores produtores com quem trabalhou. Dado ter sido a minha primeira experiência foi gratificante ouvir desta grande actriz este elogio.
O Alv.: – Trabalhou o projeto com o realizador, Miguel Babo a nível das filmagens, da escolha de equipas e de outros aspetos práticos?
AC.: – O realizador Miguel Babo é um amigo e, como tal, foi sempre um trabalho de equipa. Tudo passou por uma excelente articulação entre nós. Li o argumento, sugeri algumas alterações que foram bem acolhidas e durante a rodagem sempre estivemos em sintonia. Poderíamos não concordar numa ou noutra decisão, mas cada um apresentava o seu ponto de vista e o resultado teria de ser sempre a visão de conjunto, havendo sempre cedências de ambas as partes. Nunca houve um jogo de forças. Tínhamos ambos o mesmo objetivo e isso era o mais importante.
O Alv.: – Qual o seu papel como produtor do filme?
AC.: – O papel do produtor é conseguir todos os meios necessários para a concretização do projecto, desde os meios financeiros, escolha dos colaboradores certos e uma gestão rigorosa dos meios disponíveis. Partimos de um budget e sabíamos que o limite estava estabelecido, não podendo haver derrapagens. A partir daí só tínhamos que fazer o melhor possível com os meios disponíveis. Outra coisa fundamental é saber gerir os vários egos envolvidos pois muitas vezes não é fácil lidar com tantas sensibilidades diferentes. No mundo do cinema desde maquilhadores, aderecistas, técnicos, anotadores e actores todos são importantes para o resultado final. Um motor não funciona sem o mais insignificante parafuso invisível tantas vezes. Acima de tudo, para qualquer projecto funcionar, há que saber gerir pessoas e criar um espírito de equipa. Se remar cada um para seu lado o barco não sai do local e todos ficamos cansados.
O Alv.: – Como se relacionou com o mundo coletivo indispensável para a concretização de um filme, tais como, realizador, atores, figurantes…?
AC.: – Foi uma excelente experiência. É preciso dar espaço à função de cada um dos intervenientes. É preciso passar a mensagem que o produto final é resultado de um colectivo e não de um realizador, de um actor ou de um produtor. Manter toda a equipa focada e entusiasmada é fundamental. Liderar é isso mesmo. Foi essa a minha principal função. Ainda hoje mantenho excelentes relações de estima e amizade com a maioria dos actores envolvidos que quero voltar a trazer, muito em breve, a Alvaiázere.
O Alv.: – Quanto tempo levou o processo de produção do filme, desde a escrita do argumento, filmagens, pós-produção até à sua estreia?
AC.: – Foi um trabalho que demorou cerca de um ano. É um trabalho de pormenor. Quando se inicia a rodagem tudo deverá estar pensado e planeado havendo, contudo, imprevistos diários que urge resolver em tempo real.
O Alv.: – Na produção cinematográfica geralmente os recursos nunca chegam. Acha que os recursos condicionaram o projeto, tal como ele foi pensado?
AC.: – Os recursos nunca condicionam um projecto pois o mesmo deverá ser sempre desenhado em função dos recursos disponíveis. Não é só na produção cinematográfica que os recursos nunca chegam. É sempre assim. Claro que se tivesse um budget superior poderia ter acrescentado mais meios técnicos, teríamos filmado em mais tempo para não haver tanta pressão sobre actores e técnicos, mas cada dia de filmagem a mais representava vários milhares de euros diários. Como tal havia que concentrar a filmagem do maior número de cenas possível no menor número de dias. De qualquer forma essas limitações não deverão servir de desculpa para absolutamente nada. Foi mais cansativo, mas fez-se tudo na mesma.
O Alv.: – Como produtor do filme, quais os contatos e parcerias estabelecidas que possibilitaram a concretização deste?
AC.: – O apoio do Município de Alvaiázere foi fundamental. Para além do apoio financeiro o maior apoio foi ao nível da locação de recursos logísticos. Tivemos também o apoio da Câmara Municipal de Miranda do Corvo e da Figueira da Foz, da Fundação ADFP, do Hotel das Termas da Curia, da Fundação Montepio, da Quinta da Cortiça, e de muitos particulares que se envolveram nesta produção e que também o seu nome se encontra, para memória futura, legitimamente, nos créditos do filme.
O Alv.: – Quais foram as fontes de financiamento? E o valor final do projeto?
AC.: – As principais fontes de financiamento foi ao nível das várias entidades públicas anteriormente referidas e de algumas empresas nacionais. O nosso principal objectivo era terminarmos o filme sem derrapagens e isso foi conseguido. O valor final do projecto foi cerca de 100.000 €. Fizemos um produto por um valor substancialmente inferior ao valor comumente disponível, em Portugal, para um filme destes, com esta qualidade e com estas pretensões.
O Alv.: – Teve autonomia total de gerir os dinheiros ou partilhou com o realizador as opções a tomar face a limitações financeiras?
AC.: – Assumi a total gestão dos recursos. Todas as opções tomadas eram sempre em sintonia com o realizador. Se me era proposta uma despesa não prevista a mesma deveria vir logo acompanhada de uma proposta de redução equivalente. Só havendo rigor na gestão se consegue chegar ao fim sem surpresas incómodas. É com este espírito que se deveriam gerir os dinheiros públicos neste país.
O Alv.: – Quem desenvolveu os materiais promocionais (marketing) trailer, spot televisivo ou outros?
AC.: – A qualidade de imagem de todos os materiais foi fundamental. Para isso tivemos a equipa dos Timelapsemedia, tendo João Traveira e Luís Pereira como directores de imagem e fotografia. Foram os grandes responsáveis pela qualidade de imagem do filme.
O Alv.: – Como conseguiu a participação de Pedro Abrunhosa na composição do tema principal do filme?
AC.: – O Pedro Abrunhosa tem uma capacidade enorme de fazer temas, desde a letra à música, com uma força emotiva muito forte. Quando foi convidado a escrever o tema foi-lhe logo dito que não teríamos cachet à altura do seu talento, mas que, no entanto, não prescindíamos da sua colaboração. Só ele estaria à altura do tema. Assim foi. Pedro Abrunhosa escreveu um tema fantástico que em muito enriqueceu o filme.
O Alv.: – Acha que o filme reflete relações sociais, familiares e a sua evolução, espelhando aspetos éticos e culturais da nossa realidade e região?
AC.: – Essa foi precisamente a grande mais valia do argumento. Trata-se de um argumento profundo que levanta questões morais, culturais e raciais inclusive, ao mesmo tempo que tem toques de humor de grande qualidade. O papel de João Damasceno foi desempenhado de forma soberba no que diz respeito a essa vertente humorística. É um filme humanista. Há na história a abordagem de temas tão diferentes como a maçonaria e o seu propósito que embora possam escapar a grande parte dos espectadores não escapam a um olhar mais atento das cenas. Conseguir arrancar algumas lágrimas e algumas gargalhadas dos espectadores durante o filme foi amplamente conseguido.
O Alv.: – Sabemos que a participação da soprano Carla Bernardino tem feito furor junto da crítica pois dá voz a um tema inserido numa cena que faz arrepiar os espectadores com a sua excelente voz. Previam o sucesso dessa cena?
AC.: – A ideia da participação da Carla Bernardino foi do realizador Miguel Babo que conhecia a voz da Carla Bernardino de vários espectáculos em que ela tinha participado. Eu seria suspeito pois tratando-se da mulher com quem estou casado poderia ser interpretado de forma incorrecta. Mas confesso que acrescentou valor e que o sucesso da cena se deve ao seu enorme talento.
O Alv.: – Após esta sua primeira experiência o que mudaria no processo produtivo do filme?
AC.: – Aprendi muito ao longo deste processo e hoje teria uma máquina mais bem oleada, mas com a mesma equipa. Talvez não concentrando tanta responsabilidade nalguns elementos da equipa de produção que tiveram momentos de grande pressão. Voltaria a ter os mesmos actores e a mesma equipa técnica. Sem eles não teríamos este filme. Todos eles colaboraram para este resultado.
O Alv.: – O filme já é conhecido no estrangeiro, tendo sido premiado em vários festivais do cinema como o Top Winners Awards, como melhor ideia original e também se destacou no passado dezembro no Diorama International Film Festival 2020 em Nova Deli na Índia. Na sua opinião os festivais são meios importantes para a promoção do filme?
AC.: – Quando iniciámos este projecto estabeleceu-se uma estratégia que passava por lançar o filme no circuito dos festivais internacionais de cinema. Esse circuito dá prestígio a todos os intervenientes e poderá abrir portas para projectos futuros. Quando fizemos a parceria com a TV Globo do Brasil, trazendo a actriz Gabriela Moreyra, já foi inserida nessa estratégia ou quando convidámos a actriz Lídia Franco que recentemente tinha participado num filme americano, ou a Teresa Côrte-Real um rosto conhecido das novelas. Tudo fez parte de uma estratégia. Curiosamente o filme hoje é mais conhecido internacionalmente do que no nosso país graças a esses mesmos festivais.
O Alv.: – No final do passado mês de janeiro, o filme arrebatou o 1º prémio no festival “Aphrodite Film Awards” nos EUA em Nova York. O que significou para si a conquista deste prémio?
AC.: – Foi o culminar de um percurso e de uma aposta ganha. Um filme português ganhar um festival dessa envergadura só nos pode orgulhar a todos. Para mim foi a honra de ter tido a oportunidade de ter estado envolvido com uma equipa fantástica. Ainda esta semana recebi a notícia que somos finalistas em mais um Festival Internacional em Barcelona tendo sido o único filme português finalista. Está a superar todas as expectativas.
O Alv.: – Estão nomeadas para o prémio de melhor atriz pelo London International Motion Picture Awards em Londres, Lídia Franco e Gabriela Moreyra, personagens do filme. Acha que, para além do talento das atrizes, foi importante o filme ter sido traduzido em várias línguas para a sua nomeação?
AC.: – Foi a conjugação de ambos os factores assim como toda a envolvência, ou seja, sem uma equipa técnica extremamente profissional que sabe envolver a prestação dos actores em contextos cénicos bem delineados, captando os olhares certos, as expressões mais profundas posteriormente envolvidas na música certa. Sem eles o resultado final não teria sido o mesmo. Um jogador só ganha o prémio do melhor marcador se toda a equipa estiver focada nesse propósito. Ninguém marca golos sozinho. As nossas actrizes foram nomeadas pelo seu talento mas também pelo talento de todos quantos contracenaram com elas, com o talento dos técnicos que souberam captar os pormenores, etc. É preciso não esquecer isso.
O Alv.: – A pandemia veio adiar a entrada do filme no circuito comercial português em várias salas de cinema. Neste momento qual o plano delineado para contornar a pandemia ainda vigente?
AC.: – O mundo está a mudar muito rápido e mudou muito durante esta pandemia. Fomos apanhados neste processo de mudança. Não foi bom nem foi mau. Foi uma circunstância. Talvez as salas de cinema não voltem a ser mais o que eram. Assim o filme estará muito brevemente disponível quer em DVD quer em várias plataformas digitais. Estamos, neste momento, a negociar com uma estação televisiva. Muito brevemente haverá novidades.
O Alv.: – De acordo com várias estatísticas, nem sempre os filmes que passaram pelos festivais, são sucessos nos resultados de bilheteira. Quais são as suas expetativas para o filme “Para além da memória”?
AC.: – O nosso filme não vai ser um sucesso de bilheteira, até porque os cinemas foram fechados após a estreia do filme. Fomos apanhados pela pandemia. Tivemos o Cinema City em Alvalade completamente esgotado e a apresentação do filme estava já agendado em várias salas do país e ilhas. Com o encerramento das salas houve necessidade de alterar a estratégia. O filme irá passar num canal de televisão e irá estar disponível em várias plataformas quer nacionais quer internacionais. A grande aposta na tradução do filme para várias línguas foi uma das nossas preocupações para conseguir atingir outros mercados.
O Alv.: – Que mensagem gostaria de deixar à população Alvaiazerense?
AC.: – A minha mensagem é de profundo agradecimento. Actores, equipa de produção, equipa técnica, todos foram recebidos com muito carinho em Alvaiázere e isso deixou marcas muito positivas em todos quantos, não conhecendo Alvaiázere, ficaram com uma imagem fantástica da nossa vila. Tenho vários actores que querem voltar a Alvaiázere, no pós-pandemia, recordando quer as iguarias com as quais eram presenteados nas refeições, carinhosamente preparadas pela D. Laurinda, quer recordando os pastéis de chícharo que a Maria do Carmo da Escola de Condução, todas as manhãs trazia aos nossos actores e equipa. Tantos mimos com que foram presenteados natural e espontaneamente pelos meus conterrâneos, que tão bem sabem receber quem nos visita. Não podia deixar de agradecer ao Arq.º José Maria Lebre a forma como colocou a Quinta da Cortiça ao nosso dispor e que em muito contribuiu para as cenas fantásticas que lá foram rodadas.
Percurso de Vida
Licenciado em Ciências Musicais (ramo de investigação em musicologia) pela Universidade Nova de Lisboa, mestrado em Ciências Musicais pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, António Cardo tem desenvolvido a sua carreira académica no ensino superior e no ensino artístico especializado, sendo, há 23 anos, professor de História da Música, Acústica, Física do Som e História da Cultura e das Artes no Conservatório de Música de Coimbra, escola na qual já desempenhou vários cargos directivos, desde o Conselho Executivo, coordenador do Curso Profissional de Música e presidente do Conselho Pedagógico. No vasto curriculum de António Cardo destaca-se o de director do Conservatório de Artes de Leiria, o de vice-presidente da Camerata das Artes, formador de professores tendo realizado inúmeras acções de formação, por todo o país, para professores do ensino especializado de música.
António Cardo esteve igualmente ligado á cidade de Amarante, como musicólogo convidado pelo município, tendo colaborado na preparação, com sucesso, da candidatura daquela cidade ao grupo de Cidades Criativas da Música da UNESCO. Tem trabalhado com o maestro António Victorino d’Almeida em vários projectos, entre eles o “Música para Filmes” tendo sido também o responsável pela estreia de várias obras do compositor coordenando a transcrição dessas mesmas obras para orquestra, destacando-se a estreia do 2.º Concerto para Piano pela Orquestra do Norte.
Como musicólogo tem desenvolvido diversos trabalhos de investigação, tendo também participado como tradutor da editora Gradiva em diversas obras de música, das quais se destacam os Atlas de Música I e II e o Guia da Música de Câmara.
Em Setembro de 2019 foi convidado pela Direcção Geral do Património Cultural para ser o coordenador científico das jornadas de Música Antiga realizadas no Mosteiro da Batalha.
Criou a Pianoarte que se dedica á conservação e restauro de pianos e pianolas e que hoje é uma empresa de referência no restauro destes instrumentos. Com sede em Lisboa e atelier de restauro em Leiria, António Cardo coordena uma equipa de seis técnicos.
Esta carreira multifacetada permite hoje a António Cardo ser convidado para múltiplos projectos e desafios tendo a máxima de que “só se tem uma oportunidade de fazer bem”.