Devido à implantação da empresa BGW.S.A. (Bio Green Woods) na área empresarial de Rego da Murta foi realizada uma sessão de esclarecimento, no Centro Cultural de Pussos, no dia 28 de setembro pelas 18:30 horas. Abriu a sessão a Presidente da Junta de Pussos S. Pedro incentivando os presentes a colocarem as suas dúvidas. A Presidente da CMA esclareceu que todos os normativos legais foram cumpridos e passou a palavra ao dono da empresa, Sérgio Silva. Este informou que o seu investimento é de 15 milhões de euros, numa área de 3 hectares com a construção de 2 pavilhões até março de 2021 para início da atividade maio/junho.
A empresa irá produzir carvão vegetal e óleos essenciais de eucalipto através de um método inovador resultante de muitos anos de investigação. “Baseamos a nossa produção na pirólise lenta, um processo de decomposição de biomassa que ocorre pela ação de altas temperaturas num ambiente com pouco, ou mesmo nenhum oxigénio. Deste processo resultam o bio carvão, gases e óleos vegetais. Todos eles são aplicados nos produtos da empresa num sistema zero desperdício”. Toda a produção irá para o exterior principalmente norte da Europa e será vendida a preços elevados pela sua qualidade.
Está previsto serem utilizadas 40 mil toneladas de madeira por ano, 3 camiões por dia, daí a escolha de Alvaiázere pela proximidade da matéria prima. E irá criar 50 a 60 postos de trabalho, mais 6 engenheiros químicos.
Seguiu-se um debate muito participado. Das questões algumas respostas: o progresso não se consegue sem algum transtorno; os normativos serão cumpridos a nível da poluição sonora, água e ambiente; chaminé de 15 m e filtros para minimizar o cheiro; os esgotos irão para tanques estanques; não existe a contaminação das águas; cortar e rachar lenha só de dia.
Pelas 21 horas a Presidente da Junta encerrou a sessão agradecendo a presença de todos.
Depois da sessão Paula Carvalho referiu “A empresa vai ter laboração contínua (24 horas sobre 24 horas), libertando partículas finas para a atmosfera que poderão vir a alterar a qualidade do ar, caso as normas que regulam a emissão de gases não forem rigorosamente cumpridas.
Ao nível do trânsito haverá aumento do tráfego e consequentemente aumento da poluição sonora”. E concluiu “Não sou contra o desenvolvimento da atividade económica e a criação de emprego em que o nosso concelho é tão deficitário, mas esse desenvolvimento tem que ser harmonioso e sustentável”.
Por seu turno, Tânia Miguel esclarece “Pelo que foi explicado pelo Sr. Sérgio, esta empresa apresenta preocupação com a questão ambiental, pela produção de produtos 100% ecológicos através de uma produção sustentável. Apesar de sabermos que haverão alterações a nível de cheiros e ruídos, também nos foi explicado que houve alguma preocupação de minimizar esse impacto. Nesse aspeto, posso dizer que fiquei mais elucidada e um pouco menos preocupada”. E deixa um apelo, “Espero que realmente essa preocupação ambiental se verifique para bem de todos os moradores e do nosso meio envolvente. E que esta preocupação seja comum a todas as empresas que futuramente se venham a fixar nesta zona empresarial”.