Editorial
Dia de Portugal de Camões e das Comunidades Portuguesas, 10 de junho. Em tempos remotos alguém decidiu que a data da morte de um poeta seria o Dia de Portugal, feriado nacional, e o poeta só podia ser Luís Vaz de Camões, o maior poeta português e um dos mais famosos da literatura universal. 10 de junho também celebra as Comunidades Portuguesas espalhadas pelo mundo, como Camões nos deu a conhecer os novos mundos descobertos pelos portugueses na sua época e através da sua visão.
Mas será que a maioria dos portugueses conhece o contexto histórico e social da vida desta figura ímpar portuguesa, assim como a sua obra?
Por todo o país, neste ano de 2024, em que se assinala os 500 anos do seu nascimento, surgem as mais diversas homenagens, desde leituras e músicas dos seus poemas a outras manifestações artísticas, como pinturas, esculturas e até concursos, enfim tudo o que a mente humana se possa lembrar para enaltecer este marco festivo.
Mas como questionei anteriormente será que estamos verdadeiramente preparados para festejar com o nosso Maior Poeta, pois tal só será possível se primeiro, estudarmos e conhecermos a sua obra e partirmos à descoberta como este era um cidadão do mundo, numa visão moderna e universal, já que a sua abordagem é sempre atual nos temas tratados como o amor, a coragem, a condição humana, com fragilidades e capacidades e até a fatalidade do destino. E assim, para celebrarmos melhor os 500 anos do nascimento de Luís de Camões deixo a sugestão de uma visita, com tempo e profunda, à exposição, “Os Lusíadas na Figuração de Levi Guerra” no Museu Municipal de Alvaiázere.
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Ao terminar este editorial verifico a simultaneidade desta data com outra que me toca profundamente e ainda a muitos alvaiazerenses vivos que o conheceram. Faz hoje 60 anos que o meu extremoso pai, Manuel Simões Cardo, partiu. E partiu num dia bonito, Dia de Portugal de Camões e das Comunidades Portuguesas. Ele que era um Português de quatro costados. Que descanse em paz.