…, ou de quando em vez, parece que há um "déjà vu".
"Déjà vu" é uma expressão utilizada para referenciar uma memória de algo que se não presenciou e que ao surgir no presente tem-se a estranha sensação de já se ter vivenciado esse algo. Em português, "já visto", ou dirão outros, "já ouvisto", o que alarga o leque dos sentidos.
Digo isto a propósito das eleições primárias no PS. Contrassenso? Penso que não.
De facto, a realização de primárias num partido político em Portugal aconteceu agora pela primeira vez e foram (são) efetivamente um marco histórico em 40 anos de vigência do regime democrático e de partidocracia. Há muitas questões acessórias, e de essência, sobre as quais muito se pode opinar e conjeturar. Nesta matéria, mudará alguma coisa? A tendência é que não, o "sistema" é demasiado "forte" e continua…rá, mas pessoalmente, acredito e tenho sempre esperança no crescendo da cidadania ativa.
Desse marco histórico resultou alguma movimentação (dizem mobilização) dos cidadãos e da sociedade portuguesa, diria, nomeadamente os "cortados". Mas, acabadas as festas religiosas e pagãs, onde há mobilização pela fé e tradição, a romaria política das primárias do PS que significado ou efeitos podem alcançar? Em contexto de guerra fratricida, que o foi, um ato eleitoral é mais uma demonstração de força do que de razão. Neste caso ficará ressentimento, e veja-se: Seguro, demitiuse (cumprindo a sua palavra de honra) antes de se saber o resultado final, e Costa, vencedor sem programa, no seu discurso não dirigiu uma única palavra a Seguro.
É o que eu digo, a festança continua…rá, e a animação estará a cargo do reunido grupo "Socretista" por um lado e do outro lado estará o governo, com o seu rol de "virtudes" e outro tanto de "atrocidades", que não deixará de tentar amenizar a "austeridade" para não "lixar" as eleições. Talvez, como "técnica e forma", o Primeiro-ministro corte nos "rendimentos" e dê em "despesas de representação". É uma questão de benchemarking.
O que eu penso é o que muitos pensam e não tem nada de extraordinário: há que reformar estruturalmente Portugal em várias áreas, mas com um equilíbrio fundamental e fundamentado de rentabilidade e garantia das funções básicas aos cidadãos independentemente da sua condição, em acordo de regime.
Sem hipocrisias, todos temos de entender que os bens públicos que consumimos tem de ser pagos e o que todos produzimos não chega para os pagar.
Ilusões? Magia? Desculpas? Lá será chamado o Zé…