PROPRIEDADE: CASA DO CONCELHO DE ALVAIÁZERE

DIRECTOR: MARIA TEODORA FREIRE GONÇALVES CARDO

DIRECTOR-ADJUNTO: CARLOS FREIRE RIBEIRO

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A vila de Alvaiázere no início do século XX

Continuação da edição anterior

Em Alvaiázere, evidenciavam-se os estabelecimentos de depósito de vinhos e azeites, que eram, no total, cinco, sendo seus proprietários Augusto Henriques Simões, Cassiano de Lonet Frazão, Francisco Brito das Vinhas, José d'Oliveira e Vitorino Furtado. Para além destes produtos, havia ainda depósito de tabacos, do proprietário António Alves Nunes Serio, e depósito de ovos, dos proprietários Manuel Augusto e Manuel Patrício.

Muitos destes produtos eram comercializados no concelho todos os domingos e quartas-feiras, a 31 de dezembro e a 1 de janeiro, em feiras e mercados, sendo que em Almoster a feira ocorria a 23 de abril e o mercado em Pussos ocorria todas as segundas e quintas-feiras. Contudo, existiam ainda outros espaços comerciais, particularmente mercearias, tais como a de António Álvaro Nunes Serio, a de João Ferreira das Neves, a de Joaquim Gomes dos Santos e a de José Pereira.

Os Alvaiazerenses tinham ainda à sua disposição duas lojas de ferragens e duas de fazendas, sendo que António Álvaro Nunes Serio tinha uma loja de cada, à semelhança do seu conterrâneo Joaquim Gomes dos Santos.

A vila de Alvaiázere usufruía ainda de uma estação de correios com telégrafo, cujo chefe era José da Silva Neves e o distribuidor Artur Máximo Henriques Rosa. Miguel Portela

Em caso de doença, temos conhecimento que assistia neste concelho o médico António José da Costa Sampaio, cujo receituário podia ser aviado na farmácia local, propriedade de António José Batista, existindo ainda um subdelegado na saúde pública, cujo cargo estava entregue a António José da Costa Sampaio.

Vários são os lavradores e agricultores que constam deste Annuario Commercial, especialmente os senhores Augusto Henriques Simões, Cassiano de Sousa Frazão e José de Oliveira e Silva.

Todas as segundas, quartas-feiras e sábados partia de Alvaiázere para a estação de caminhos-de-ferro de Caixarias a diligência para os comboios do dia, assim como partia todos os dias a diligência para a referida estação, para os comboioscorreio, sendo que cada bilhete custava nessa época 500 réis, ou 800 réis o bilhete de ida e volta. Havia ainda uma diligência que efetuava a ligação entre Pussos e Tomar e para a vila de Figueiró dos Vinhos.

Alvaiázere tinha na agricultura, sobretudo no azeite e no vinho, a principal riqueza do concelho, contrastando com os concelhos de Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande (Castanheira de Pera era nessa data uma freguesia, tornando-se concelho apenas em 1914), que se tornavam nesse período o expoente máximo da indústria e comércio de lanifícios em toda a região e mesmo no país.