A maioria dos nossos leitores quando ler estas linhas já terá conhecimento dos resultados daquelas que foram as décimas segundas eleições autárquicas. Também já terão ouvido todos os líderes partidários e é provável que tenham chegado à estranha conclusão: não houve derrotados. Só vencedores! Para além dos que ganharam o maior número de câmaras, os outros também venceram, ou pelas juntas de freguesias conquistadas, ou pelo número de mandatos, ou porque mantiveram a mesmo quantidade de câmaras, ou por atingirem percentagem superior ao anterior candidato ou mais votos do que há quatro anos ou porque sim. Certamente que tanto a nível nacional como local, as leituras poderão ser diversas e de acordo com as conveniências. Importa que depois da algazarra da campanha, as coisas acalmem e se pratique a democracia. Uma palavra de apreço para todos os candidatos, porque sem eles não haveria discussão de propostas e as eleições e a democracia ficariam empobrecidas.
Vencedores sem dúvida, foram todos os portugueses com a saída da classificação de lixo da dívida nacional, por uma agência de “rating”, ao que dizem a mais conservadora. É conveniente que as outras sigam o exemplo, muito em breve. O importante será aproveitar as vantagens financeiras e não perder muito tempo a discutir de quem é o mérito. Já todos sabemos, que esse pertence aos portugueses que sofreram na pele os tempos de restrições múltiplas e também às empresas no seu todo, incluindo patronato e trabalhadores.
Das eleições alemãs já conhecemos os vencedores, a Sra. Merkel e um partido da extrema-direita, que se formou apenas há 4 anos e que já possui 94 deputados. Mas aqui só se descortina uma verdadeira vencedora: a Sra. Angela Merkel, que abriu o país a mais de um milhão de refugiados, a sua grande maioria fugindo de uma vida de miséria e a quem foi dada uma oportunidade para ter um futuro. Por isso mesmo a chanceler perdeu milhões de votos, mas ganhou um lugar na história do mundo humanitário. Merecidamente!