PROPRIEDADE: CASA DO CONCELHO DE ALVAIÁZERE

DIRECTOR: MARIA TEODORA FREIRE GONÇALVES CARDO

DIRECTOR-ADJUNTO: CARLOS FREIRE RIBEIRO

alberto_ferreira

Não está certo

Chegou há tempos às minhas mãos um panfleto que, segundo consta escrito por um senhor, por quem ainda tenho uma certa estima e que já cumprimentei com um bom aperto de mão e em quem inspiro confiança, por sinal ainda no rol dos vivos, e que diz o seguinte: “Desobediência civil não é o nosso problema. O nosso problema é a obediência civil. O nosso problema é que pessoas por todo o mundo têm morrido por causa da obediência. O nosso problema é que as pessoas são obedientes por todo o mundo face à pobreza, fome, estupidez, guerra e crueldade. O nosso problema é que as pessoas são obedientes enquanto as cadeias se enchem de pequenos ladrões e os grandes ladrões governam o País. É esse o nosso problema”.

Em comentário meu, estas frases são verdadeiras. Um pobre de Cristo que rouba uma maçã para matar a fome, decerto que vai parar à cadeia. Mas vamos para a frente e de cabeça levantada.

Há muita gente neste País que por terem uns cobres na carteira, se julgam mais que ninguém. A estes chamo os vaidosos, os pombos de papo grande. Mas não são. Quem sabe o que vai lá por dentro. Em certo tempo um escritor de nome Fernando Vallejo escreveu um dia que “a fama é uma estátua suja pelos dejectos dos pombos”. A agravante é que em Portugal são os pombos que são famosos. Pelo menos pelas repetidas asneiras que vão fazendo a certos níveis. É por isso que por estas e outras que, em relação à nossa classe política me vem à memória a dúvida expressa pelo escritor norte-americano Mark Twain: “Por vezes pergunto-me se o mundo será governado por pessoas inteligentes que estão a gozar connosco ou por imbecis que acreditam realmente no que fazem”.

E, ainda ocorre-me à memória aquilo que por várias vezes ouço dizer na televisão por certos políticos que não nomeio e que querem convencer o Zé Povinho de que tudo corre sobre esferas redondas. Mas estou convencido que analisando bem, nem tudo o que luz é ouro. E, ainda vou citar. Será que os turistas que nos visitam por gostar da nossa saloice? Já no século XIX o grande poeta inglês LORD BYRON escreveu maravilhas acerca de Mafra e Sintra, mas ao mesmo tempo não se coibiu de referir a miséria franciscana e a rudez saloia em que vivia o nosso povo. “Mas isso foi há duzentos anos”, hoje não há desculpa nenhuma para que as coisas continuem assim. Mas saloios são uns altos senhores e não os contribuintes que pagam impostos, para não terem aquilo para que pagam e que devem ter.

Agora mudando de assunto. Sabem caros leitores que neste mês de Março ocorreu há muitos anos o seguinte: No dia 4 de Março de 1394 nasceu o Infante Dom Henrique. O navegador, o homem do mar. No dia 6 de Março de 1475 nasceu o grande pintor Miguel Ângelo. E, no dia 30 de Março de 1922 os grandes aviadores Gago Coutinho e Sacadura Cabral fizeram a primeira travessia da área do Atlântico Sul. Eu signatário deste artigo tive o prazer de conversar com uma senhora do nosso concelho de Alvaiázere, já falecida, acerca da maneira como eles chegaram e foram recebidos no Brasil.

Após a leitura deste artigo e com muita modéstia me despeço, mas a continuar como até agora, parece-me que NÃO ESTÁ CERTO.