Na apresentação do candidato social-democrata, o jornal “O Alvaiazerense” foi alvo de um ataque deveras lamentável e injusto. Lamentável, pela forma insultuosa como foi feito, com uma enorme falta de respeito por uma instituição que existe desde 1861, estando entre os primeiros jornais fundados em Portugal e depois de vários interregnos, voltou a ressurgir há precisamente 32 anos, graças a alguns alvaiazerenses, que na pré-história da informática, e com processos agora arcaicos, tiveram a ousadia de o relançar. Ao apelidar de “pasquim”, repetidas vezes e de forma depreciativa e jocosa, o candidato desrespeitou, para além dos actuais responsáveis, toda a sociedade alvaiazerense, que tem no “O Alvaiazerense” o seu elo de ligação. O candidato até pode não gostar do jornal e criticá-lo, mas nada justifica o recurso ao insulto. Diz o povo e com razão, quem quer ser respeitado, deve-se dar ao respeito!
Injusto, porque como o insuspeito leitor pode analisar, apesar da modéstia dos recursos, tem o jornal feito uma cobertura dos acontecimentos mais relevantes do concelho e a prova disso é que o candidato na apresentação do trabalho feito, utilizou em grande parte, recortes do “Alvaiazerense”. Relativamente ao realce a dar aos assuntos e ao tamanho dos títulos, é bom que não sejam coincidentes, pois nesse caso estaríamos perante o Boletim Municipal. Certamente que existiram erros ou falhas, mas como reconheceu o candidato, também ele já cometeu erros na gestão camarária e evidentemente não é razão para os munícipes o insultarem. Das duas uma, ou existe um brutal equívoco, quando o candidato mistura notícia com opinião expressa no FORUM, onde está bem vincado que “os textos publicados são da inteira responsabilidade dos seus autores” sendo estes sempre identificados, ou por outro lado, o candidato tem a noção da diferença existente, mas deliberadamente tenta passar a mensagem, que a opinião expressa por terceiros no FORUM, é notícia de responsabilidade editorial do jornal, tentando condicionar a existência desse espaço e sendo assim, estamos perante tiques “dititoriais”.
Além de mais, está garantido o contraditório, ou seja, o direito de resposta, a que muito recentemente o presidente Paulo Morgado utilizou exaustiva e correctamente. Igualmente no final do ano de 2011 o presidente Paulo Morgado, deu uma longa entrevista, inclusive publicada em dois números seguidos. Este ano com eleições terá nova oportunidade para se expressar, conjuntamente com os outros candidatos.
Quanto ao “Olho Vivo”, para além de denunciar algumas situações anómalas, mas sempre num espírito “soft”, também não lhe escapa algumas situações bizarras (coelhos sem orelhas, abóboras gigantes, etc) e todos já perceberam o espírito, de tal forma, que a grande maioria das situações focadas, são sugeridas pelos nossos leitores. E são eficazes, veja-se o carro abandonado ou o monte de ferro ferrugento dos Cabaços, rapidamente resolvidos.
Numa sociedade democrática e aberta como a nossa, quem ocupa lugares públicos, têm de estar preparado e possuir abertura para as criticas que lhes são apontadas e saber lidar com elas. Costuma-se dizer que necessitam de nervos de aço, certamente que quem não os possui, estará mais fragilizado.
Por opção editorial deste jornal, não têm sido feitos juízos de valor sobre a vida política do concelho, por acharmos não ser a sua vocação e principal missão; essa apreciação compete aos alvaiazerenses, aquando das eleições autárquicas. Nestes dois anos e meio temos feito questão, em abordar temas de índole nacional, atendendo à situação de crise excepcional que vivemos e que tanto transtorna as nossas vidas. Apesar da provocação de que fomos alvo, não iremos alterar a nossa rota, já que entendemos ser a mais correcta e aqui e agora, apenas rebatemos as acusações de que fomos alvo.
Falando de coisas mais importantes, vivemos em Julho passado, uma crise inesperada, surgida no interior da maioria, que foi ultrapassada com um novo governo refundado, à partida e teoricamente mais competente, possuindo uma maioria parlamentar legítima e prometendo um novo ciclo, porque agora ao que parece, “os portugueses vivem abaixo das suas possibilidades”. Todavia, atendendo ao muito que está por fazer, desde o controlo orçamental até às reformas estruturais exigidas pelos credores, não se augura nada de bom para os próximos tempos.
Também “O Alvaiazerense” se está a ressentir dessa crise e neste momento atravessa uma situação financeira aflitiva, fruto da descida da facturação em publicidade e também do incumprimento dos seus assinantes. Sintomático da queda de receitas, o facto da facturação gerada no 2º trimestre, em comparação com o ano anterior, ter baixado 23,5%, correspondente a 4.214 Euros. Neste momento os valores de assinaturas em atraso referentes a 2011, 2012 e 2013 ultrapassam os 8.000 Euros. Face a estes números, fazemos um apelo muito forte, para que os assinantes regularizem as assinaturas de forma a viabilizarem o jornal, pois se assim não acontecer, corremos o risco de ter de fechar portas, até que surjam melhores dias. Veremos o que o futuro nos reserva.