Meus amigos e queridos leitores deste Jornal “O Alvaiazerense” ter-se-ão admirado com as notícias que todos os dias aparecem noutros jornais, nomeadamente sobre a apropriação do material sonante, que é o dinheiro. Os meus amigos leitores sabem qual é a parte mais sensível do nosso corpo? É a carteira. Porque ela contém o dinheiro, anda quase sempre dentro de um bolso, junta ao corpo. Isto significa que, quando se encomenda ou pede alguma coisa ou objeto, encomendar não custa, mas quando toca a pagar é que a porca torce o rabo, como o povo costuma dizer. Analisem bem e vejam se não é verdade. Aí está a sensibilidade. Há dias consultei os meus papéis, onde tenho alguns apontamentos e encontrei uma fotocópia extraída de um postal, oferecida por um amigo, onde está uma frase de certo valor, proferida por um político desta País, já falecido, onde consta o seguinte: “Vivo humildemente porque vivo à custa do meu salário, também de outra forma nunca poderia ser! Mas, se Portugal não tiver atenção virão tempos em que outros viverão à grande e gastarão como ricos, isto porque o dinheiro não resultará unicamente do seu salário mas sim do dinheiro do humilde”.
Analisando bem o que acabo de descrever, é pura verdade. Andam por aí tantos a viver a viver à custa dos outros, apropriando-se daquilo que lhes não pertence, com empréstimos falsos, com negócios escuros, que nunca cumprem, enfim, e lá vem depois os honestos a pagar mais impostos, com mais carestias de vida, para serem pagas as dividas contraídas pelos outros e eles devedores a fazerem vidas largas.
Coitado do cavador da terra que faz uma vida pobre, mas honesta, e que cumpre com as suas obrigações e aqueles senhores de gravata a lerem os jornais e a fazerem uma vida de café e a passarem em bons automóveis, mas onde foram buscar o dinheiro?
Depois lá vêm os tribunais, com o seu poder de soberania e com a fama de maus a aplicar uns anos de cadeia efectiva. Eu, signatário deste artigo tinha vergonha. Mas a vergonha é só para quem a tem. O meu saudoso pai disse-me muita vez: “Rapaz vê se tens vergonha toda a tua vida”. Felizmente é o que tenho procurado fazer. O que não é meu, não o quero. O que não é meu a seu dono.
Há uns anos a esta parte contaramme que havia um cavalheiro já velhote e que tinha fama de ter muito dinheiro, tinha uma governante e sempre dizia que quando morresse queria levar para a sepultura, debaixo da cabeça a travesseira que tinha na cama onde dormia. Ele a dada altura faleceu e os filhos foram aos bancos e nada de dinheiro encontraram. Logo a pobre empregada apertada para esclarecer onde ele teria o dinheiro, pois desconfiavam dela. Um dia a pobre rapariga lembrou-se de dizer que ele dizia o acima referido. Logo foram desenterrar o pobre cadáver e lá encontraram o dinheiro dentro da travesseira. Será que estes actuais de boas vidas e portadores do dinheiro pedido e não pago o quererão levar para o outro mundo ou para a eternidade? Eu desconfio que não, pois estão enganados.
Finalmente saibam senhores leitores que: no mês de Novembro no dia 2 mas do ano de 1877 nasceu o poeta Teixeira de Pascoais, o visionário do Marão; no dia 10 mas de 1913 nasceu o político Álvaro Cunhal; no dia 13 de 1460 faleceu o Infante D. Henrique com 66 anos; no dia 16 de 1922 nasceu José Saramago (Prémio Nobel da Literatura) e, no dia 19 de 1894 nasceu o Contra Almirante Américo de Deus Rodrigues Tomaz, que foi Presidente da República de Portugal.
A continuar como tem sido pareceme bem que NÃO ESTÁ CERTO.