Editorial
Nesta edição de abril, mês da partida do Papa Francisco, alguns dos nossos colaboradores fazem justiça a este Homem de grande coração, pelo que convido os nossos leitores a lerem de forma especial o que estes escreveram. E também a nossa rúbrica de “Há 20 anos”, revela o editorial do Diretor, da edição de 30 de abril de 2005, que transmite a partida do Papa João Paulo II. E assim conforme referido, “o mês de abril ficará para sempre nos anais da história mundial”, também poder-se-ia aplicar a este mês de abril de 2025. Dois Papas partiram neste mês, coincidência ou não, para mim foram os mais emblemáticos da história. João Paulo II, conhecido como o Peregrino, visitou Portugal três vezes e em 1982, tive a oportunidade de estar junto deste, no Sameiro, já que estava a terminar a licenciatura na Universidade do Minho. Em grupo, partimos de madrugada da cidade de Braga, a pé, para o Sameiro. E efetivamente conseguimos o melhor lugar junto à porta principal do Santuário do Sameiro e quando a Sua Santidade estava a entrar neste, a sua mão afavelmente tocou nos nossos braços, foi um momento sublime e inesquecível. Convido os nossos leitores a lerem a rúbrica referida para ficarem a conhecer ou a recordarem a importância do Pontificado deste extraordinário Papa João Paulo II.
E agora é tempo de recordar o Papa Francisco, não tive a mesma felicidade de um encontro próximo como me aconteceu com o Papa João Paulo II, no entanto nutro também por este, como a maioria da humanidade, um carinho e ternura muito grande, pela dedicação aos outros com bondade e simplicidade, não podendo esquecer o afeto que nutria pelos animais, bem demonstrada pela comovente despedida do seu animal de estimação.
Visitou Portugal duas vezes em 2017, para canonizar os três pastorinhos em Fátima e em 2023 para participar na Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, em que deixou a frase relevante, “Na Igreja ninguém está a mais, há espaço para todos.” E repetiu “todos, todos, todos”, solicitando que esta frase fosse dita nas diversas línguas dos povos presentes. Uma ideia já referenciada pelo Papa anteriormente a este simbólico momento, mas que saiu muito reforçada.
Outra frase de grande sentido humanitário, entre muitas, destaco, “A ternura é o caminho da escolha por homens e mulheres mais corajosos e fortes. Ternura não é fraqueza; é uma fortaleza”. O legado do pontificado do Papa Francisco é efetivamente a ternura e a proximidade, que lhe possibilitou conquistar a admiração dos ateus. Assim como a sua modernidade, integridade e firmeza conseguiu recuperar muitos cristãos que se tinham afastado. Um papa que será sempre recordado pela defesa de várias causas. Doze anos de luta pela inclusão e amor aos outros, pelo que será sempre recordado também com amor e ternura.