Editorial
Vivemos um tempo especialmente perigoso e difícil na história da humanidade, ninguém consegue ficar indiferente às histórias de grande sofrimento e às imagens que todos os dias são expostas aos nossos olhos de tantas pessoas vítimas das guerras na Ucrânia, no Médio Oriente e na Terra Santa, com desrespeito total pela dignidade humana, que nos revelam a importância da Paz e da Liberdade no Mundo.
E foi com esta visão do mundo atual que celebramos por todo o país os 50 anos de história da Revolução dos Cravos, lembrando também os tempos difíceis de ditadura de falta de liberdade e dos palcos de guerra nas nossas colónias em África que ceifaram tantas vidas de jovens portugueses na flor da idade e provocaram tanto sofrimento às nossas famílias por todo o país.
Também em Alvaiázere durante o mês de Abril foram assinalados os 50 anos do 25 de abril, de que a edição deste jornal é reflexo, a que se juntam os diversos textos de opinião dos nossos colaboradores habituais, assim como alguns depoimentos do antes durante e após Abril, numa procura de visões geracionais diferentes, não esquecendo um poema do nosso saudoso, médico, amigo, colaborador e também dirigente deste jornal, Alfredo Rodrigues.
Todos refletem a importância deste incontornável marco histórico que colocou fim à ditadura em Portugal, assim como as diversas iniciativas dinamizadas pela Autarquia, Juntas de Freguesia, com destaque para a da Pelmá e Maçãs de D. Maria e Agrupamento de Escolas de Alvaiázere, que em parceria com diversas entidades desenvolveu um conjunto de atividades, no âmbito das celebrações do cinquentenário da Revolução dos Cravos, em áreas tão diversas como a expressão cultural, literária, artística e recreativa, salientando os principais impulsionadores da democracia em Portugal e que abriram caminhos para a Liberdade.
Do que tive oportunidade de participar nestas comemorações no nosso concelho destaco as palestras de Acílio Godinho e Carlos Craveiro em Maçãs de D. Maria, que resultam de uma investigação e revelaram as contradições e as tensões que marcaram os períodos antecedentes e posteriores à Revolução do 25 de Abril com a transmissão das experiências e sentimentos que acompanharam todo o processo revolucionário e ainda pelas referências políticas desafiantes sobre a “Guerra Colonial” e a Descolonização. Estas comemorações culminaram com a homenagem aos ex-combatentes da Guerra Colonial de Maçãs de D. Maria e suas famílias, possibilitando refletir sobre o significado maior da Democracia, Liberdade e Reconhecimento, valores que devem ser apreendidos pelos nossos jovens, para que no futuro não haja necessidade de fazer outro 25 de Abril.