Editorial
Tempo de férias, são tempos desafiantes, onde podemos encontrar um campo diversificado e transversal de experiências sensoriais únicas e impactantes, através da fruição da natureza, da leitura, da música, de visitas a espaços museológicos e de viagens a outros espaços e realidades desconhecidas, que nos convidam a olhar o mundo de outra forma e a esquecer, nem que seja por um momento fugaz, as injustiças económicas, políticas e sociais que dominam o mundo.
Tempo de férias, pode proporcionar bons momentos, inesquecíveis e catalisadores de inspiração, de diálogo, partilha e mudança, num olhar diferente, que permite enxergar, encontrar, reconhecer, observar, reparar, ponderar e refletir.
Tempo de férias, permite afastar o ritmo frenético da rotina do quotidiano, do trabalho profissional desgastante, convidando-nos a olhar o mundo de outra forma, admitindo absorver a essência do que somos, na busca do intrínseco equilíbrio com a natureza.
Tempo de férias, permite mais tempo, para exercitar, criatividade, curiosidade, conhecimento, empatia, e consciência crítica, escutando os que vivem em espaços e tempos diferentes, como por exemplo, os mais idosos, numa partilha de saberes e de respeito por diferentes pontos de vista.
E será que mesmo em tempo de férias, ou de lazer, que corre mais veloz, temos tempo para tanto?
Não, não sobra e deveria sobrar tempo, para beijos, para loucuras, para sonhos, para ternuras, para os amigos e principalmente para a família.
Mas mesmo com tempo contado, há coisas que acabam numa pausa pouco apetecida, como por exemplo as férias, por serem boas.
Boas de facto. Nestes caminhos, que marcam vidas comuns, muitas vezes mal apanhados, falta quase sempre tempo, com tempo a mais, por sobrar, sempre tempo para o que pouca falta faz.
Estes tempos renovados deveriam ser sementeiras de viagens, para dentro e para fora, capazes de criar novos destinos, ainda que por caminhos já trilhados.
Longe deste destino, de rotinas feitas, seremos talvez capazes de uma injeção de oxigénio enriquecido, de ternura e de amor, para partilhar com os que nos gostam.
E em tempo, ainda, de férias são estes os meus votos para toda a família do nosso jornal, assinantes, anunciantes, leitores e colaboradores. Assim como para toda a população alvaiazerense, não esquecendo os emigrantes que nos visitam em tempo de férias.