O Município de Alvaiázere e a ADECA organizaram, no passado dia três de maio, na Junta de Freguesia de Pussos São Pedro, a sessão de apresentação do projeto Bairro Comercial Digital de Cabaços. Um projeto que tem por objetivo promover a transição digital e fortalecer o comércio local através da implementação de soluções inovadoras, inspirado no conceito de um centro comercial a céu aberto.
Conforme já noticiado este projeto conquistou o 1º lugar nas candidaturas a nível nacional e promete inovação e desenvolvimento para o comércio local de Cabaços, que se pretende de expansão para outras áreas do concelho de Alvaiázere. A sessão de apresentação foi aberta a toda a comunidade e marcaram presença os representantes das entidades que contribuíram para a concretização do projeto, assim como o presidente da freguesia de Pussos S. Pedro, Paulo Sá Oliveira, onde o projeto vai ser implementado. “O Alvaiazerense” esteve presente e registou as diversas intervenções para dar a conhecer melhor este projeto inovador.
Abriu a sessão o Vice-Presidente da Câmara Municipal de Alvaiázere, Flávio Craveiro, que após ter agradecido a presença de todas as entidades e comunidade, explicou a importância da transição digital como uma mudança de paradigma de cultura dos empresários e das empresas, em que através da evolução tecnológica é possível compreender as preferências individuas de cada cliente, reforçando a competitividade das economias locais captando novos investimentos, novos produtos e serviços, que os consumidores podem aproveitar.
Salientou que as ferramentas digitais possibilitam gerir de uma forma mais inteligente as necessidades dos clientes e proporcionam mais agilidade nas compras pela divulgação dos produtos, tornando o concelho mais dinâmico e mais sustentável.
Seguiu-se a intervenção da presidente da ADECA, Associação de Desenvolvimento Integrado do Concelho de Alvaiázere, Leandra Garcez, que revelou a disponibilidade da ADECA em continuar a contribuir para que este projeto seja uma realidade, salientando as boas condições do local da sua implementação.
Realçou ainda as vantagens deste projeto já que o consumidor moderno quer estar no seu lar, pelo é preciso ajudar os pequenos empresários a abrirem as suas portas ao comércio digital reinventando e fortalecendo este. Nesse sentido a ADECA estará sempre com a Gestora do Bairro na procura das ferramentas, que sejam capazes de mudar mentalidades e mostrar as oportunidades, pelo que fez um apelo aos comerciantes, de deixarem a gestora insistir para obtenção de resultados. Rematou convicta que a Gestora está motivada para dinamizar este projeto em muitas vendas e bons negócios.
A execução do projeto vai ser fiscalizada pela DGAE, Direção Geral das Atividades Económicas, pelo que usou da palavra a sua diretora, Ana Saraiva, que iniciou a sua apresentação referindo que pretendia dar a oportunidade a todos de interagir mais do que falar, mostrando-se muito contente pelo número de pessoas presentes.
E continuou os projetos dos bairros digitais do comercio não precisam de uma justificação, basta fazerem parte de 27% do total das empresas deste pais e de 28% do emprego a nível nacional, sendo também o fator número um para a regeneração e classificação dos centros das grandes cidades, mas também para centros de dimensão média, mais pequenos como Alvaiázere, possibilitando um comércio bem definido com atratividade para os que trabalham e vivam no local, assim os que passam na região.
Esclareceu que as grandes linhas de apoio ao comércio de gestão, embora não façam parte do foco da apresentação, são as aceleradoras do comercio digital, um projeto de 55 milhões, em prol das empresas dos setores do comercio e dos serviços, que é atribuído após um diagnóstico de maturidade digital de cada empresa, com vouchers entre 500 a 2000 euros feitos à medida de cada empresa, nem precisam de ter uma justificação, pois estão envolvidos sete consórcios e vinte cinco aceradoras, um em cada NUT III.
Relativamente aos bairros digitais são 96 projetos no país todo com um investimento de 77 milhões e meio.
Deixou um repto de concretização do projeto em Cabaços para que este possa atrair emprego e corresponda a consumidores cada vez são mais exigentes que não querem pegada ecológica e querem mais comodidade a qualquer hora e maior diversidade maior transparência e uma maior qualidade de atendimento pelos serviços.
Opinou ser mais fácil conseguir atingir estes objetivos num bairro de dimensões mais pequenas. Realçou a importância da simbiose entre o físico e o digital por ser fundamental para uma gestão comum.
Confidenciou que das 160 candidaturas tinham por ambição verem aprovados 100, no entanto ficaram 96 projetos, que estão distribuídos por todo o território nacional, pretendendo-se que sejam replicados em mais bairros digitais, como uma mais valia desta gestão integrada.
Rematou com três desafios: mobilizar todos os empresários; concretizar depressa, na pior hipótese em dezembro deste ano e sustentar até 2025 e depois conseguirem-se auto sustentar.
O município para elaborar o projeto fez uma parceria com a empresa, Inov4you, pelo que Horácio Mota, deu a conhecer o trabalho desenvolvido, que só foi possível, segundo este, pelo esforço de todos e de uma equipa fantástica.
Do diagnóstico realizado salientou alguns indicadores preocupantes como, falta de divulgação do comércio local, fraca cobertura a nível digital, falta de formação, diminuição da população do concelho, fraca literacia digital. Informou como se pretende inverter estes indicadores, como por exemplo com planos de formação, em que alunos nas férias possam ajudar os comerciantes a adquirir conhecimentos digitais.
Explicou ainda como foi feita a delimitação do espaço geográfica, em que todos os investimentos são feitos neste espaço, ou seja, como num centro comercial a céu aberto.
Depois de explicar como funciona o projeto evidenciou a importância do Gestor do Bairro, da criação de uma marca do bairro, sendo essa imagem que vai identificar todas as lojas do Bairro, de um programa de fidelização com atribuição de prémios e da realização de eventos para chamar as pessoas a este território.
Focou ainda como pontos fortes, implementar a criação de indústrias criativas que possam atrair as camadas mais jovens, ensinar a prolongar a vida dos produtos e a reciclar, e ainda a partilhar carros, tentando rentabilizar o transporte dentro do espaço comercial, rematando assim a sua intervenção.
A Gestora do Bairro, Carla Pinheiro referiu, de forma lacónica, que pretende desenvolver um trabalho em conjunto, tendo como objetivo que todos os dias nos Cabaços sejam dias de feira com muito negócio e muito movimento.
De seguida foi dada a palavra ao presidente da CIMRL, Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria, Paulo Batista, que elogiou o presidente da CMA, pela capacidade que teve de fazer um exemplo de descentralização e de coesão.
Como desabafo, referiu que o sistema de incentivos no nosso país tem estado muito inclinado, dando prioridade à indústria e ao turismo, esquecendo este setor do comércio. Considerou o comercio tradicional muito importante para a economia local e nacional. em gera emprego e tem uma importância capital na economia de cariz familiar.
Informou que na região de Leiria fizeram-se nove candidaturas e foram aprovadas seis, estando inseridas nestas a de Alvaiázere.
Considerou este projeto muito importante para o futuro de Alvaiázere, que depende do trabalho desenvolvido pelos comerciantes, que precisam de começar a investir, pelo que lançou um repto à DGAE, para que os pagamentos aconteçam rapidamente.
A última intervenção foi do presidente da CMA, João Paulo Guerreiro, que agradeceu a presença e segundo este, como o projeto já foi dado a conhecer, contou uma história de um sucesso improvável. E iniciou, todos os dias o município tem propostas para analisar e selecionar, quando esta apareceu, pensou isto não é para Alvaiázere é para as grandes cidades, para a concentração exaustiva do comercio. Mais tarde numa reunião da CIMRL, Paulo Batista, questionou quantas candidaturas estavam previstas para os Bairros Digitais e só existiam duas, assim este incentivou a todos a candidatarem-se, por ser um projeto transformador.
E esclareceu, quando decidiram fazer a candidatura não teve dúvidas que a zona a selecionar seria Cabaços, dada a vitalidade do comércio ser maior do que em qualquer outro lugar do concelho. E também por considerar, que tinha de dar o exemplo de uma política de coesão.
Um projeto superior a 800 mil euros financiado em cerca de 500 mil, estando previsto a Autarquia comparticipar com 300 mil euros e o que for mais necessário.
E informou, neste momento, com a insistência da Junta de Freguesia de Pussos S. Pedro, o Município já está a apoiar a remodelação do parque infantil que fica no coração deste Bairro Digital.
Esta sessão, foi um momento determinante para que comerciantes e residentes pudessem conhecer, em detalhe, este projeto potenciador de desenvolvimento no concelho.