PROPRIEDADE: CASA DO CONCELHO DE ALVAIÁZERE

DIRECTOR: MARIA TEODORA FREIRE GONÇALVES CARDO

DIRECTOR-ADJUNTO: CARLOS FREIRE RIBEIRO

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FAFIPA

Foi há 36 anos que o então Presidente da CM de Alvaiázere foi visionário e criou um certame que iria diferenciar Alvaiázere de todos os Concelhos vizinhos e promovê-lo fora de portas.

Falo da FAFIPA (Feira Agrícola, Florestal, Industrial, Pecuária e Artesanato de Alvaiázere).

Há 36 anos foi diferenciador porque foi arrojado, porque conjugava o mundo rural com o mundo industrial e agrícola, porque tinha programas atractivos e condicentes com a estrutura da nossa população, porque foi pioneiro e inovador.

Quem não se lembra do festival de folclore com ranchos dos E.U.A., do México, Rússia, Itália e de outros Países que vinham a Alvaiázere vindos da feira de Santarém. Quem não se lembra ainda no campo de futebol da exposição de tratores e máquinas agrícolas, da exposição de gado no armazém da câmara, dos torneios de futebol juvenil (que chegaram a incluir equipas do Benfica), dos stands com dezenas de empresas do nosso tecido empresarial e de outros concelhos, dos carrinhos de choque, das exposições de automóveis, dos arcos que iluminavam as nossas ruas, etc, etc.

Hoje, olhamos para os concelhos vizinhos e todos nos imitaram. Criaram festivais e feiras disto e daquilo, criaram estratégias de promoção dos seus territórios e nós o que fizemos? Juntámos os três certames que nos divulgavam por esse Portugal fora (FAFIPA, Festival Gastronómico e Fim de Semana Radical) num só, com a justificação dos gastos elevados nos três eventos.

Mas pergunto? Gastos elevados?

O que fez crescer os gastos não foi o número de eventos. O que fez crescer os gastos foi a megalomania dos programas.

Por exemplo, o número de concertos com artistas caríssimos (chegaram a ser dois por certame), o aluguer de palcos com custos elevadíssimos quando temos uma estrutura feita e pensada para o efeito, as despesas em marketing de efeito muitas vezes duvidoso, entre outros motivos.

A nossa FAFIPA tem de voltar. A nossa FAFIPA com matriz e cariz popular tem de voltar. A FAFIPA com o festival de folclore (ainda por cima num concelho que apresenta um índice de envelhecimento tão grande) tem de voltar, a FAFIPA com o cicloturismo, com o torneio de sueca e de malha, com o torneio de tiro aos pratos tem de voltar. A nossa FAFIPA, do povo de Alvaiázere, das Associações com as suas exposições e mostras, com os bares e tascas, com a energia de um povo que diz sempre presente quando é chamado, das marchas populares, da folia e alegria tem de voltar.

Não quero com isto dizer que se deva acabar com o Festival Gastronómico. Muito longe disso. Claro que não.

Deve sim é ir para a sua data de eleição, o 1º fim de semana de Outubro e ser separado da FAFIPA.

O Chícharo como leguminosa, é alimento em Outubro e não em Junho (em Junho tem uma espécie de proteína que não é muito aconselhável comer…)

(Continua no próximo mês).