O que se passou no dia 28, foi um acontecimento novo para todos nós, o que nos últimos anos não tem sido nada de “novo”.
Incêndios de grandes dimensões, secas, ondas de calor, tempestades, uma pandemia e alguns acontecimentos para os quais não estávamos preparados, quase passaram a fazer parte do nosso quotidiano.
Posto isto, será que estamos preparados para acontecimentos de maior dimensão e com maiores consequências sociais e humanas?
Será que a nossa resposta enquanto sociedade é mais correta?
Será que um apagão de 8 horas pode levar um País ao caos completo?
Será que os organismos com responsabilidades na resposta estão preparados?
Por um lado sim, por outro lado não.
Este fenómeno fez-nos ver que Portugal está muito vulnerável em questões de energia. Faz-nos falta um sistema redundante e alternativo. Será que o abandono dos sistemas de produção de eletricidade que tínhamos, foi correto? Ouvi alguns especialistas e quase todos foram unânimes…Não!
Em questões estratégicas Nacionais como as da energia, deveríamos ter a autonomia da sua gestão. Privatizar a REN foi um erro? Se calhar foi. Se for preciso investir em novos sistemas de produção/armazenamento/distribuição de energia de modo a precaver acidentes destes no futuro, quem vai assumir e pagar esse investimento? Os donos da REN? O Estado? Os cidadãos? Suspeito que serão os do costume…
E a resposta da sociedade foi a mais correta? Não. Mais uma vez foi uma corrida desenfreada aos supermercados, às bombas de gasolina, às farmácias, etc. Será que para uma falha de oito a dez horas de eletricidade é preciso criar o caos? Será que numa situação de crise de maior dimensão estamos preparados? Infelizmente acho que não. Precisamos de nos educar para estes acontecimentos. Manter a calma, a serenidade impõe-se nestes momentos.
Valha-nos as valências municipais dos seus diversos organismos, que mais uma vez deram uma resposta extraordinária, muitas das vezes para lá da esfera das suas competências, mas onde se podem tirar ilações de aprendizagem e melhoria.
A partir de determinada hora comunicar foi difícil mas não impossível.
Numa situação de crise é preciso comunicar, mas acima de tudo comunicar bem, de forma esclarecedora e verdadeira. É preciso comunicar a uma só voz de modo a não confundir comunicação e opinião. O grande problema foi a comunicação/informação ser diminuta (e aqui um reparo para a política de informação/sensibilização do governo) e a efetuada pelos orgãos de comunicação social ser muitas das vezes alarmista e falsa. Assisti a informações em canais de televisão que não foram escrutinadas e validadas criando um pouco de pânico da população. Será isto correto? Será que os jornalistas que lançaram estas notícias de forma sensacionalista estiveram bem? Claro que não! Aproveitemos todos para melhorar.
Queria acabar este artigo com uma homenagem à Pessoa mais fascinante que ouvi até hoje, o Querido Papa Francisco. Que o saibamos ouvir e sentir. Que saibamos ouvir as suas palavras como lições de vida. Que pratiquemos as suas palavras de Paz e Harmonia para o Mundo…mas TODOS, TODOS, TODOS!
Obrigado por tudo Papa Francisco!