O tempo chuvoso de março deve ter contribuído para que sinta algum azedume em relação à república e à democracia (portuguesa). Assim, e apenas hoje, apetece-me ser um pouco monárquico. O Portugal de hoje assemelha-se cada vez mais ao de há 134 anos atrás quando o rei D. Carlos afirmou que Portugal era “um país de bananas governado por sacanas”.
Vamos ver se consigo explicar. A situação política e governamental de qualquer país é um assunto sério. Infelizmente, temos assistido a um comportamento vergonhoso do governo, dos deputados e dos partidos e respetivos boys. Como é possível termos escolhido para nos representar ladrões, pedófilos, bêbedos, drogados, corruptos, mentirosos? Alguém votou neles? Conhecia-os? É verdade que temos o que merecemos e seguimos em rebanho, indiferentes e passivos. Fará sentido, por um chefe ser uma ovelha ronhosa, termos de sacrificar todo o rebanho democraticamente escolhido?
Funcionará bem a nossa democracia? Segundo perceção geral, confirmada pelas sondagens, a grande maioria dos eleitores está contra novas eleições. Então, como é que os nossos representantes, governo, assembleia e presidente da república, fazem exatamente o contrário? Parece que a democracia tem várias vertentes.
Não seria possível uma solução estável e duradoira com a atual composição da Assembleia da República ou o objetivo é desgovernar por desgovernar? Lembro que em muitos países europeus coligam-se partidos bem mais distantes ideologicamente.
Termino com uma brincadeira.
País de bananas, governado por sacanas
Em solo fértil para a corrupção,
Nasceu um país sem direção
Onde as leis são meros adereços,
Usadas só para dar tropeços.
Aqui, quem manda é o vigarista,
O que promete e foge de vista.
O povo que aguente a festança,
Enquanto alguns enchem a pança.
A Assembleia é um grande bananal,
Tanto papagaio no seu pedestal
Debatem tudo, decidem nada,
E só pensam na gorda mesada.
Os impostos sobem, os salários descem,
Mas os banqueiros nunca padecem.
Habitação? Saúde? Educação? Miragens!
O que importa é ter nota alta nas sondagens.
E assim seguimos, sem rumo e sem freio,
Em cada eleição o mesmo galanteio.
Mas no país de bananas só mudam os atores
Quem governa troca valores por favores.