A Assembleia da República está, este ano, a organizar a celebração do 25 de novembro de 1975. Partidos e diversas personalidades analisam esta situação de formas diferentes, como é natural. Será que esta data tem dignidade suficiente para ser comemorada ao mesmo nível do 25 de Abril?
Para mim, são ambas datas importantes, mas não se podem equiparar. Enquanto uma é reconhecida por todos como o dia da conquista da liberdade, a outra será recordada, por larga maioria, como o dia em que foi evitada a perda dessa conquista.
Curiosamente, ou talvez não, segundo a imprensa nacional, há cada vez mais navios russos a cruzarem as águas portuguesas sendo um dedicado à espionagem. Felizmente, a nossa “poderosa” marinha tem atuado em conformidade pois, segundo o chefe do Estado-Maior da Armada “A nossa resposta a isso é segui-los, controlá-los, mantê-los sob pressão constante com a nossa presença também constante”.
Espero que o senhor almirante, se chegar a Presidente da República, tenha sempre o mesmo otimismo. Também quero ser otimista e espero que a citada armada navegue poucas ou nenhumas vezes na costa portuguesa.
Brincando, relembro que, se não fosse o 25 de novembro, não seria necessário andar a vigiar as embarcações da federação russa e ainda nos pagariam alguma coisa quando ancorassem livremente em qualquer porto português.
Não devemos esquecer que na II Guerra Mundial, alemães e ingleses conviviam alegremente em Portugal tendo Salazar autorizado, passando por cima dos nossos eternos aliados ingleses, a venda de muitas toneladas de volfrâmio essencial ao armamento alemão.
Na mesma linha de pensamento, apesar de sermos ameaçados de extinção pela utilização de armas nucleares, será razoável que a União Europeia compre 15% do gás russo e outras mercadorias no valor de 10,3 mil milhões de euros?
Como se aproxima a quadra natalícia, termino desejando poucas pás e muita paz!