Neste decisivo marco da nossa história recente, assistimos a um grande entusiasmo em torno desta comemoração, com milhares de pessoas a descer a Avenida da Liberdade e uma agenda cheia em todo o pais, o que é digno de louvor, pois honrar e comemorar os marcos da nossa história, é algo que deve ser incontornável, mesmo que para muitos dos que se envolveram, muitos dos nossos jovens e crianças, seguramente pouco ou nada sabiam dessa página da nossa história.
50 anos depois onde estamos? Liberdade? Sim, mas… Que liberdade se vive num país em tão grande crise das suas instituições, onde os nossos jovens vêm tão escassas oportunidades de alcançar as suas ambições?
O 25 de abril explicado a estes jovens será começar por dizer-lhes que foi o fim de uma ditadura de partido único, para o início da construção de uma democracia, foi o fim abrupto e traumático de uma guerra colonial da qual eles ouviram algumas coisas dos seus avôs.
Temos muita Avenida ainda por subir, para alcançar o que os valores de abril preconizam.
Nas palavras de Chico Buarque me despeço:
“Foi bonita a festa, pá
Fiquei contente
Ainda guardo renitente
Um velho cravo para mim
Já murcharam tua festa, pá
Mas certamente
Esqueceram uma semente
Nalgum canto de jardim”