Antigamente, a vida das pessoas estava constantemente ameaçada por causa da pobreza, da fome e da falta de cuidados de saúde, nomeadamente vacinas e medicamentos. Assim, apareciam doenças graves, como a tuberculose que deixavam os doentes amarelados e cadavéricos. Portanto, a gordura era um sinal de saúde.
Uma mulher para ser atraente tinha de apresentar um corpo roliço e ser corada apresentando mais hipóteses de ter filhos saudáveis. Daí a expressão “gordura é formosura”.
No entanto, desde há algum tempo, esta frase deixou de ter sentido, tendo hoje em dia um significado bem diferente: o de doenças como a obesidade, a diabetes, a hipertensão entre outras.
Como chegámos aqui? Em primeiro lugar, temos a falta de educação alimentar e a forma de vida. As exigências colocadas pela sociedade moderna, caracterizada pelo aumento da tecnologia e da industrialização, com as máquinas a substituir o esforço humano tornou-se uma situação propícia para o aumento do sedentarismo. Depois, os meios de comunicação social e a publicidade têm um papel relevante neste problema pois esta está mais agressiva, no sentido de tornar os alimentos hipercalóricos irresistíveis para as crianças.
Verifica-se também que há alguma falta de educação. Os pais são modelos que as crianças tentam seguir, daí que seja fundamental adotarem um estilo de vida com atividade física regular e alimentação saudável. As crianças estão a deixar de correr nas ruas, andar de bicicleta, jogar futebol, estando constantemente, a serem aliciadas por atividades sedentárias, sejam elas os jogos informáticos ou canais televisivos. Todos conhecemos pais que põem as crianças ao telemóvel ou no computador para não “chatearem”.
Na outra ponta da questão, atualmente, somos “obrigados” a respeitar um determinado padrão de beleza onde, de forma aumentada, beleza rima com magreza.
De facto, a acrescida afluência aos ginásios são disso exemplo. Cada vez mais, é maior a procura dos ginásios, quer como forma de desenvolvimento e manutenção da condição e aptidão físicas, quer como melhoria da aparência, da estética.
A sociedade de consumo, na qual nos inserimos, também apresenta uma vasta panóplia de sugestões que vão desde os cremes adelgaçantes até ao tratamento cirúrgico, com vista a uma rápida perda de peso.
Finalmente, temos os medicamentos para emagrecer. É um pouco estranho o seu uso pois penso em algumas formas de evitar o seu consumo: comer menos e melhor, fazer mais exercício físico e socializar.
No extremo dos extremos, não consigo perceber como se usam e esgotam medicamentos necessários a diabéticos, tanto mais que mal se deixam de tomar há um rápido retorno do peso.
Também não entendo como se gastam tantos milhões para emagrecer quando, segundo a ONU, a fome está a aumentar no mundo, estimando que cerca de 750 milhões de pessoas são vítimas deste flagelo.
Termino com duas “mezinhas” populares: “Se não queres engordar, come e bebe devagar.”; “Bom sono e boa comida acrescentam a vida.”
Bons treinos!