PROPRIEDADE: CASA DO CONCELHO DE ALVAIÁZERE

DIRECTOR: MARIA TEODORA FREIRE GONÇALVES CARDO

DIRECTOR-ADJUNTO: CARLOS FREIRE RIBEIRO

jose_batista

O fascínio da Lua

Hoje é noite de Lua Cheia e, talvez por isso, sinto-me impelido a escrever sobre ela.

Desde os primórdios da civilização, quando os nossos antepassados olharam para o céu noturno e viram a Lua e outros astros ficaram cativados pelo vasto e misterioso espaço.

A Lua, devido à particularidade em aparecer de diferentes formas e ao luar, teve sempre um espaço peculiar tanto para cientistas, poetas, agricultores, místicos, etc.

Ela foi o primeiro degrau a subir para a porta que dá acesso ao Universo e também o primeiro sinal de que não seremos únicos e daí iniciarmos a corrida em busca desse desconhecido.

O comandante da missão Apollo 11, Neil A. Armstrong, perto das quatro horas da madrugada do dia 21 de julho de 1969, foi o primeiro ser humano a pisar a superfície lunar e terá dito as famosas palavras “um pequeno passo para um homem, um salto gigantesco para a humanidade”.

Em 1972, Eugene Cernano, comandante da Apollo17, foi último homem a pisar o nosso satélite natural.

Passou-se mais de meio século sem qualquer nova tentativa. Porquê? Possivelmente é muito mais interessante e rentável fazer “guerras e guerrinhas”. Se um dia a coisa descambar e voltarmos a viver nas cavernas como os nossos ancestrais como vai ser? Talvez tenhamos sorte pois, há poucos dias, uma dupla de cientistas da Universidade de Trento, Itália, localizou uma caverna numa planície lunar denominada Mare Tranquillitatis, a qual, com cerca de cem metros de profundidade, poderá abrigar humanos e protegê-los, por exemplo, da radiação, das temperaturas extremas e do clima espacial. Mas só daqui a 20 ou 30 anos…

Como, por essa altura, grande parte dos leitores já “viajou” termino com o poema “Lua Adversa” de Cecília Meireles.

Lua Adversa

Tenho fases, como a lua.
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua…
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.

Fases que vão e vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.

E roda a melancolia
seu interminável fuso!

Não me encontro com ninguém
(tenho fases como a lua…)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua…
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu…