França recebeu, este ano, os Jogos Olímpicos da XXXIII Olimpíada, tendo Portugal conquistado quatro medalhas, com o destaque a ir para o ouro conquistado pelos ciclistas Rui Oliveira e Iúri Leitão, tendo a prata ido para Pedro Pichardo, no triplo salto, e o bronze para a judoca Patrícia Sampaio.
Todos merecem a nossa gratidão por serem os nossos medalhados, tal como os outros atletas portugueses, diplomados em diferentes modalidades, também granjeiam o nosso respeito, porque representaram Portugal ao mais alto nível.
Aparentemente, a nossa participação, por estar dentro na média das anteriores, foi positiva. Vemos, no entanto, que as principais medalhas apareceram de forma inesperada em disciplinas quase desconhecidas e com poucos praticantes.
Aproveitando para fazer uma retrospetiva à participação de Portugal, verificamos que já conquistámos 32 medalhas olímpicas (seis ouros, 11 pratas e 15 bronzes) divididas em nove modalidades diferentes. Destas, 13 foram oriundas do atletismo, dando especial enfase a Carlos Lopes, Rosa Mota e Fernanda Ribeiro.
A título de curiosidade, também foi em Paris, no dia 27 de julho de 1924, que os cavaleiros Hélder de Sousa Martins, Aníbal Borges d’Almeida, José Mouzinho d’Albuquerque e Luís Cardoso de Menezes surpreenderam o mundo equestre ao terminarem o Prémio das Nações dos Jogos Olímpicos em 3.º lugar, com direito ao Bronze.
Carlos Lopes conquistou o primeiro ouro luso há 40 anos, em 12 de agosto de 1984, na maratona dos Jogos Los Angeles 1984, então juntando-o à prata nos 10.000 metros em Montreal 1976.
Um país que tem tido muitos sucessos no futebol, deveria também repensar os apoios concedidos aos atletas (e aos antigos atletas) e às várias modalidades. Subir a um pódio é o resultado de uma dedicação plena a uma modalidade. Os apoios são fundamentais para se ambicionar mais medalhas. A grande questão é: valerá a pena?
Está a ser partilhado nas redes sociais um gráfico com dados sobre a frequência da prática de desporto em cada Estado-membro da União Europeia. Portugal destaca-se pela negativa: 73% dos inquiridos diz que “nunca” pratica desporto, a maior percentagem (de longe) entre todos os 27 países.
E, segundo dados apurados pelo Polígrafo, este gráfico é verdadeiro. Parece que somos bons a correr para os centros comerciais, principalmente para aqueles que têm escadas rolantes e estacionamento interior.
Creio que se houvesse uma modalidade de “ teclanço” no telemóvel teríamos uma medalha garantida.
Para além de gostarmos muito de teclar no telemóvel (ai as crianças!) em todo o lado, ainda temos um “novo desporto”: o uso de trotinetas elétricas.
Como esta “praga” já chegou a Alvaiázere, termino sugerindo que se faça um duatlo: subida à serra a correr e descida em trotineta até à capela dos Covões.